JornalValor--- Página 10 da edição"02/03/2020 1a CAD B" ---- Impressapor VDSilva às 01/03/2020@19:39:3 6
B10
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Sábado,29 de fevereiro, domingoe segunda-feira, 1 e 2 de marçode 2020
Agronegócios
Commoditiesagrícolas
Cotaçõesmédiasmensais*nas bolsas de Nova York e Chicago
Fonte:DowJonesNewswirese ValorPRO.Elaboração:ValorData.* Mercadofuturo,segundaposição
Cacau
Em US$/tonelada
Fev
2020
Fev
2019
Variação no período (%)
Fev/20
No Ano
12 Meses
5,20
11,89
24,13
Café
Em US$cents/libra
Fev
2020
Fev
2019
Variação no período (%)
Fev/20
No Ano
12 Meses
-8,83
-19,03
2,77
90,00
101,25
112,50
123,75
135,00
2.200
2.375
2.550
2.725
2.900
105,63
Soja
Em US$cents/bushel
Fev
2020
Fev
2019
Variação no período (%)
Fev/2 0
No Ano
12 Meses
-3,61
-3,01
-3,00
835,0
862,5
890,0
917,5
945,0
896,45 8645
Algodão
Em US$cents/libra
Fev
2020
Fev
2019
Variaçãono período (%)
Fev/2 0
No Ano
12 Meses
-4,80
-0,19
-7,33
58
63
68
73
78
67,58
450
485
520
555
590
Trigo
Em US$ cents/bushel
Fev
2020
Fev
2019
Variação no período(%)
Fev/20
No Ano
12 Meses
-3,22
1,42
8,80
547,71
360,0
382,5
405,0
427,5
450,0
Milho
Em US$cents/bushel
Fev
2020
Fev
2019
Variaçãono período(%)
Fev/20
No Ano
12 Meses
-2,55
-1,24
-0,11
381,92
Açúcar
Em US$ cents/libra
Fev
2019
Fev
2020
Variação no período(%)
Fev/2 0
No Ano
12 Meses
4,12
9,63
14,28
12,00
12,70
13,40
14,10
14,80
14,70
Sucode laranja
Em US$cents/libra
Fev
2020
Fev
2019
Variaçãono período(%)
Fev/20
No Ano
12 Meses
0,24
-1,24
-16,74
94,00
101,75
109,50
117,25
125,00
99,38
2.825
Coronavírus pressionacotações dosgrãos na bolsa de Chicago
Commodities
FernandaPressinott, Naiara
Albuquerque e FernandoLopes
De São Paulo
Os preços da maior parte das
commodities agrícolas exportadas
peloBrasilrecuaramnomercadoin-
ternacionalem fevereiro e tendem a
cair mais se aproliferaçãodo coro-
navírus não for rapidamente conti-
da, em virtude dos reflexos negati-
vosdadoençaemeconomiasdepaí-
sesemergentesedesenvolvidos.
Emmeioàforteturbulênciaqueo
avanço da epidemiatem provocado
nos mercados financeiros emgeral,
ascotaçõesdesojaemilhoestãosob
pressão na bolsade Chicago, eo
mesmo acontece, em menor ou
maiorgrau, com açúcar, café, suco
de laranjaeal godão em NovaYork.
OBrasillideraosembarquesglobais
de soja, açúcar, café esuco e está en-
treosmaioresemmilhoealgodão.
CálculosdoValorDatabaseados
nas médias mensais doscontratos
futuros de segunda posição de en-
trega mostram que, em Chicago, a
sojaencerroufevereirocomqueda
superior a3,6% em relação ajanei-
ro eomilho registrou retração da
ordemde2,5% na mesmacompa-
ração. No pregão de sexta-feira, os
preçosdos dois grãos fecharam
abaixo dos valores médios do mês,
reforçandoatendênciadequeda.
Também nos dois casosas ofertas
globais disponíveis,sobretudoem
paísesexportadores comoEstados
UnidoseBrasil,sãoamplas,oquere-
forçao cenário de pressão em caso
de problemas duradouros do lado
da demanda,já prejudicada em paí-
ses ondeocoronavírus se mostra
maisagressivo,comoaChina.
Émaisoumenosoqueacontece
também nos mercados de café,su-
co de laranja e algodão, novamen-
te com a “aj uda” de boas produ-
çõesbrasileiras.Dastrês“softcom-
modities”,aúnicaquefechoufeve-
reirocom cotação média superior
àdejaneiro na bolsadeNova York
foi o suco, e aindaassimo ganho
foi menorque 1%. O café caiu qua-
se10%eoalgodão,maisde4,5%.
Tambémnegociadoem Nova
York, o açúcarescapouda onda
baixista eencerrouomês passado
com preçomédio 4% maiorque o
dejaneiro,sustentadopelocenário
dedéficitmundialnasafraatual.
Como no casodos grãos em
Chicago,emNova York os contra-
tosfuturosdesegundaposiçãode
entrega de açúcar, suco de laranja
ealgodão fecharam asessãode
sexta-feira com valoresinferiores
às médias de fevereiro. Ocafé de-
safiou essa lógica, amparado na
esperança de quesua demanda
sejamenos afetada,até porque a
bebida podeser bastante consu-
mida mesmo que as pessoas não
saiamde casa.(ColaboraramMa-
rina Sallese Camila SouzaRamos)
Há oito anos no Brasil, De Heus mira
ativos para avançar no Centro-Oeste
Nutriçãoanimal
Luiz HenriqueMendes
De São Paulo
Há quase oito anos no Brasil, o
grupofamiliar holandês De Heus,
umadas maiores indústriasdera-
ção do mundo,vem investindo na
modernização do parque fabril
paramanteroritmodecrescimen-
to e prepara oterreno para fazer
aquisiçõesnaregiãoCentro-Oeste.
Desde que comprouapaulista
Nutrifarms, em 2012, o fatura-
mentoda De Heusno Brasil quin-
tuplicou. Neste ano, a companhia
projeta uma receitade R$ 450 mi-
lhões, oque a coloca entreas oito
maiores empresas de nutrição ani-
maldoBrasil,deacordocomRinus
Donkers, presidente da De Heus
no país e também responsável pe-
lo grupona América Latina. No
mundo,ogrupofatura€3bilhões.
Em entrevista aoValor, o holan-
dês Donkers eobrasileiro Henri-
que Fernandes,diretor de opera-
ções da companhiano país, admi-
tiram que, apesar do crescimento
da companhia nos últimosanos,o
Centro-Oeste, importanteregião
produtoradebovinos do país,ain-
daéumalacunaparaogrupo.
Hoje,aDeHeuscontacomcinco
unidades no país, nas regiões Sul e
Sudeste —duas em Rio Claro,no
interiorpaulista, euma nos muni-
cípios de Guararapes (SP), Toledo
(PR) e Apucarana (PR). “Ainda não
estamos,mas com certeza nós va-
mos expandir para aparte central
do Brasil, principalmentepara ga-
dodecorte”,assegurouFernandes.
SegundoDonkers, as operações
dacompanhiaholandesanoBrasil
já estão integradas e “ajustadas”,o
que permite que o movimentode
aquisiçõessejaretomado.“Nomo-
mento, estamos olhando para
aquisições. Já construímos acom-
panhia. Agoraprecisamosde velo-
cidade”,argumentouoexecutivo.
Paralelamenteàbuscaporaqui-
sições,aDeHeusestá ampliando a
capacidade de suas fábricas, com
investimentos da ordemde R$ 35
milhões, de acordo comFernan-
des. A unidadede Apucarana, com
foco no atendimentoao mercado
de bovinos (de cortee leite),será
ampliada, assimcomoumadas
unidadesdeRio Claro,onde aem-
presa produz pré-misturasde vita-
minas eminerais (“premix”). A
previsão é concluir os aportes no
município do interior paulista em
setembro,conformeosexecutivos.
Alémdisso,aDeHeusjáinvestiu
na modernização da unidadede
Guararapes,queproduzumsuple-
mento especial parabovinos. Se-
gundo Fernandes,trata-se de uma
tecnologia que não existiano Bra-
sil.“Éumsuplementoemformade
líquidoparaoboilamber”,disse.
Por último, está o investimento
na reforma da fábrica de Toledo,
que estava fechadaef oi adquirida
pelaDeHeusem2016.Nessaplan-
ta, a companhia fabrica raçõeses-
peciaispara as fases iniciais de lei-
tões epintinhos. A apostaé que,
comareduçãodousodeantibióti-
cosnacriação, as rações “pré-ini-
ciais”como as feitas em Toledo ga-
nharão espaço. “É umatendência
muitoforte”,acrescentouDonkers,
destacandoaexperiência do gru-
po empaísescomoa Holanda, que
estão àfrente do Brasil quando o
assuntoéousodeantibióticos.
Fonte:Empresa
De Heusno Brasil
Principaisdadosda companhiaholandesa
R$ 450milhões
é o faturamentono Brasil
¤ 3 bilhões
é o faturamentono mundo
Rio Claro
Guararapes
Apucarana
Toledo
SP
PR
RinusDonkers: por velocidade,De Heusprefere aquisiçõesno Centro-Oeste
ANAPAULAPAIVA/VALOR
PesquisasNaCarolinadoNorte,múlticontroladapelaChemChinapriorizasementesparaaAméricaLatina
Por dentro do laboratório da Syngenta
O chinêsHua-Ping Zhoulidera o desenvolvimento de sementesda Syngenta
DIVULGAÇÃO
Marina Salles
De Durham (Carolinado Norte)
Numacasade vegetação de 50
mil metros quadrados, comple-
tamente isolada do ambiente ex-
terno e com maisde 40 salas in-
dependentes em que se podere-
produzir as condições de tempe-
ratura, umidadeeluz de qual-
quer parte do mundo, asuíça
Syngenta, controlada pela estatal
ChemChina, escolheu dar priori-
dade parasimular as condições
de produção da AméricaLatina
—especialmente do Brasil.
No dia adia do laboratório hi-
tech, que custouàempresa
US$72milhões,umrobôlimpao
teto que fica a maisde cincome-
tros do chãoparapermitiraen-
trada de luz solar, enquantolá
embaixoo pesquisadorchinês
Hua-PingZhou,maisconhecido
comoHP, comandaodesenvolvi-
mentode sementesconvencio-
naisetransgênicasdaSyngenta.
Comele, trabalham16 cientis-
tas em mais de 60 projetos. Aestu-
faficanacidadedeDurham(Caro-
lina do Norte),no polo tecnológi-
co de Research Triangle Park efoi
inauguradaem2013.Trêsanosde-
pois, passou a integrar oCentro de
Inovação Global em Sementesda
Syngenta, quefica anexoaela e
custououtrosUS$94milhões.
MestreePhD na área agrícola,
HP estána companhia há 17
anoseéumdos muitosrostos
asiáticos que circulampelolo-
cal, ondetrabalham500 pesqui-
sadores. De acordocom ele, data
de três anosa viradade chave
que tirouo focodas pesquisas
da unidadedos EUA epassouà
América do Sul. Pouco antes,a
Syngentahavia sidocomprada
pelaChemChinae, na sequên-
cia, fariaaaquisiçãoda Nidera
Sementes, cujasoperações estão
concentradasna Argentina eno
Brasile que tem um amploban-
co de germoplasmada região.
“A Syngenta éuma companhia
chinesaagoraeboapartedaofer-
ta de sojavem do Brasil, oque faz
opaís ser muitoimportante para
o donoda companhia”, afirmou
Zhoudurante avisita de jornalis-
taslatino-americanosaolocal.
No mercadobrasileirode mi-
lho, aSyngentaéproprietáriada
tecnologiaViptera,paracontrole
da lagarta Spodoptera,e deve
lançarnumprazode até cinco
anosumanovageraçãodo trait.
Alémdisso, aempresatrabalha
no lançamento do milhoEnogen
no país no mesmoprazo. Origi-
nalmente destinado àprodução
deetanol,oEnogenestásendo
usadona alimentaçãoanimalde
ruminantesnos EUA,comga-
nhosde eficiência de cercade 5%
em relaçãoà silagemtradicional
naconversãodocerealemcarne.
SegundoHP,hoje sua equipe se
dedica a desenvolver sementes
prioritariamente paraos cultivos
demilho,soja,cana-de-açúcaregi-
rassol. Questionadosobre se o mi-
lho,pilar da produção nos EUA,
continuará a ser carro-chefe da
Syngenta,HPdissequeametacen-
tral da empresa édar maisopções
parao produtor, oque está com-
prometidaafazertambémnasoja,
mesmoquecomtraitslicenciados.
“Somosaúnicacompanhia do
mercado que oferece as três bio-
tecnologias de resistência aher-
bicidas para a soja nos EUA”, afir-
mouele,referindo-seàXtend(so-
ja tolerante ao dicamba e glifosa-
to)daBayer;àEnlist(toleranteao
2,4-D, glifosato eglufosinato) da
Corteva, e àLibertyLink (toleran-
teaoglufosinato)daalemãBasf.
Maistarde,TrevorHohls, líder
de desenvolvimento em sementes,
deu maisdetalhes. “A Syngenta
semprefoiumaempresacolabora-
tiva etudo o que fazemosésobre
ter maisopções.O produtor quer
poderescolher comquaisempre-
sas vaitrabalhar sem ficaramarra-
doaumatecnologia”, sustentou.
No Brasil,aexpressão-chave
parao pipelinecontinuasendo
“manejo da resistênciaa insetos
e herbicidas”e, por isso,além da
Intacta PRO da Bayer(tolerante
ao glifosatoe com resistênciaBt,
proteínaparacontrolede lagar-
tas), a companhiasuíçaestá na
fila paralançarnovasgerações
de transgênicos,entreeles a soja
Intacta2 Xtende a EnlistCon-
kesta,semperderde vistaum
novodesafio, que está sendoen-
dereçadoali mesmo,naestufa
ao lado:as mudançasclimáticas.
“A gente já entendeu que não
existem maismédias, oque asafra
2019/20 nosEUA deixou bemclaro,
porque tivemosuma primavera fria
e úmida,um verão seco no meioda
temporada e uma colheita gelada. E
anossabusca,então,passouaserpe-
laestabilidade”, disseHohls.
“Umadasgrandesexpectativas
que temosé que as plantassejam
produtivas na situação do aque-
cimento global, se onível de CO2
aumentar, se as temperaturassu-
birem, se tiver menos águae esse
é um dos nossos desafios agora.
As soluções oferecidas podeme
devem aumentar a lucratividade
do produtor, mas antes de mais
nadaprecisamsersustentáveisao
longo do tempo”,afirmou Hohls,
oque reforça anecessidade de
um portfólio diversificado ede
pesquisas, nas quais acompa-
nhia, também de agrotóxicos, in-
vesteUS$1,4bilhãoporano.
A jornalistaviajoua convite da Syngenta
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