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B1 QUARTA-FEIRA, 4 DE MARÇO DE 2020 INCLUI CLASSIFICADOS O ESTADO DE S. PAULO
E&N
BC dos EUA surpreende e corta juros,
mas Bolsas caem e dólar vai a R$ 4,51
ECONOMIA & NEGÓCIOS
Contágio no mercado. A decisão do BC dos EUA de fazer uma reunião extraordinária para cortar as taxas de juros, e tentar evitar os
efeitos da epidemia do coronavírus na atividade do país, teve efeito contrário e foi criticada; Bolsas americanas voltaram a despencar
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Mercado prevê novo corte de
juros e BC monitora efeitos
O Federal Reserve (Fed, o
banco central dos Estados
Unidos) anunciou ontem re-
dução extraordinária de 0,50
ponto porcentual na taxa de
juros – para o nível de 1% a
1,25% –, numa tentativa de
amenizar os efeitos do coro-
navírus na atividade econô-
mica do país. Em comunica-
do, a instituição afirmou que
os fundamentos dos EUA
“continuam fortes”, mas que
a epidemia representa “ris-
cos à atividade econômica”.
O Fed não fazia um corte
emergencial dos juros – fora
das reuniões regulares – des-
de a crise financeira de 2008.
Apesar do anúncio, os merca-
dos americanos voltaram a fe-
char o dia em baixa. No Brasil, o
Ibovespa, que havia alcançado
os 108.803 mil pontos, terminou
com queda de 1,02%, a 105.537,14
pontos. O dólar foi a R$ 4,5117,
alta de 0,55%
Para analistas, a antecipação
da decisão do Fed poderia indi-
car maior gravidade do cenário
pelo surto de coronavírus do
que o admitido até aqui pelas
autoridades do país. Além dis-
so, existe a percepção de que,
num cenário de maior ameaça à
atividade econômica, haveria
pouco espaço para reação de
bancos centrais em outros paí-
ses. Os juros na Europa, por
exemplo, já são negativos. Co-
mo resultado, o índice Dow Jo-
nes fechou em baixa de 2,94%, a
Nasdaq recuou 2,99% e o S&P
500 perdeu 2,81%.
O presidente do Fed, Jerome
Powell, disse que ainda não ava-
lia usar outros instrumentos
além do corte de juros. Mas acres-
centou que, se necessário, não
vai hesitar em fazê-lo. A declara-
ção não agradou ao mercado.
“Esse movimento cheira a pâ-
nico, especialmente porque não
havia sinais óbvios de riscos de
instabilidade financeira que jus-
tificassem uma ação de emer-
gência”, comentou o banco ame-
ricano Brown Brothers Harri-
man. Na visão da instituição, o
Fed não pode “consertar ca-
deias de suprimentos quebra-
das” pelo avanço do coronaví-
rus. “Isso depende principal-
mente da China e de seus esfor-
ços para colocar as fábricas em
funcionamento novamente.”
No Brasil, o economista-chefe
da Necton, André Perfeito, disse
que o Fed errou. “Taxa de juros
não é ‘Naldecon’, não é isso que
vai gerar mais produção”, disse.
“A resposta adequada seria fis-
cal, não monetária.”
Na Europa, os ministros de Fi-
nanças e presidentes de bancos
centrais do G-7 (grupo de paí-
ses mais ricos do mundo) disse-
ram que monitoram a dissemi-
nação do coronavírus e seu im-
pacto nos mercados. Em comu-
nicado divulgado após telecon-
ferência, eles reafirmaram o
compromisso de “usar todas as
ferramentas de política apro-
priadas para garantir cresci-
mento forte e sustentável e se
salvaguardar de riscos negati-
vos”. Mas nenhuma medida foi
concreta foi anunciada.
A próxima reunião do Fed es-
tá marcada para os dias 17 e 18
deste mês. / IANDER PORCELLA,
LUÍS EDUARDO LEAL E ALTAMIRO
SILVA JR.
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