Elle - Portugal - Edição 379 (2020-04)

(Antfer) #1
ELLE PT 49

FOTOS: SOPHIE GREEN (2) - TOMMASO SARTORI (1)


esdepequenosquenoshabituámosa aceitara
ideiadequea últimapáginadeumlivro,ou
o últimominutodeumfilme,marcavao final
dasuahistória.Masissonãoé necessariamente
verdade.Narealidade,podeapenasapontaro iníciode
umanovajornada,umaqueaindaestáporsercontada.
Na maior parte dos casos, acabamos por dar continui-
dade a estes contos na nossa imaginação, mas outras
vezes temos a oportunidade de os ver ganhar novos
contornos diante dos nossos próprios olhos, como é o
caso da Louis Vuitton.
A maison francesa abriu portas pelas mãos do funda-
dor homónimo, em 1854, na rue Neuve des Capucines,
depois de este ter aprendido a arte de criar baús de viagem
com o mais notável “layetier-emballeur” de Paris. No
entanto, Vuitton, sensível às mudanças dos tempos (em
que viajar entre continentes e países se tornava cada vez
mais usual), sabia que a inovação seria a sua chave para o
sucesso e, então, apostou em criar peças que eram leves,
esteticamente apelativas e, ao mesmo tempo, adaptáveis
às necessidades dos seus clientes. Para isso, cobriu as
suas malas duma pele que era resistente o suficiente, e
deu-lhes uma forma retangular lisa que fazia com que
fossem mais fáceis de transportar e de empilhar.
Com uma série de concorrentes a tentarem copiar as
suas ideias, o criador percebeu que era necessário dar ao
seu produto algo que as diferenciasse das demais, e foi
assim que, em 1906, criou a icónica tela monogramada
com as suas iniciais.
Sem nunca se esquecer das suas origens e sempre de
acordo com as necessidades dos seus clientes, a Louis
Vuitton continua a produzir os seus baús até aos dias
de hoje, no seu atelier em Asnières, fazendo com que
eles se abram para revelar um roupeiro, uma casa de
bonecas, um porta-joias, uma série de pratos e copos
para um piquenique, ou até mesmo um simples tabu-
leiro de xadrez. E o facto de esta ser uma arte secular
não significa que a maison esteja presa aos modelos do
passado. Atualmente, aos novos modelos associam-
-se as mais recentes inovações tecnológicas, com um
cunho de qualidade que só a Vuitton conhece e que
só ela continuará a apresentar, ao longo da sua história
interminável com olhos no futuro. n

D


ALGUNS EXEMPLARES
DOS MODELOS DE
BAÚS, FEITOS
POR ENCOMENDA
NO ATELIER
EM ASNIÈRES. EM
CIMA, UM PORTA-
-JOIAS. EM BAIXO,
UMA CAIXA DE
TABULEIRO
DE XADREZ.
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