Quando surge um fato relacionado à saú-
de que afeta o turismo, muita gente se
lembra do seguro-viagem. Mas, indepen-
dentemente de uma situação global co-
mo a imposta pelo novo coronavírus, va-
le se informar sobre a proteção de um
modo geral para fazer a escolha certa.
Afinal, emergências podem ocorrer a
viajantes em qualquer época. Além dis-
so, há destinos que exigem a aquisição
de seguro-viagem. Consultamos empre-
sas que vendem o serviço no Brasil – Affi-
nity, Allianz Travel, April, Assist Card,
GTA, Porto Seguro e Travel Ace – para
esclarecer as principais dúvidas.
Que países exigem do viajante
o seguro-viagem? Na Europa,
26 países firmaram o Tratado de Schen-
gen, que estabelece a exigência de segu-
ro-viagem de pelo menos ¤ 30 mil para
cobrir despesas médicas e hospitala-
res. Entre eles, Alemanha, Espanha,
França, Grécia, Itália e Portugal. Para
Cuba, a cobertura mínima é de
US$ 10 mil.
Qual é a cobertura
indicada para os
Estados Unidos? Diver-
sas empresas ouvidas pa-
ra a reportagem recomen-
dam o mínimo de US$ 60
mil para despesas médicas e
hospitalares, ressaltando que o
sistema de saúde americano está
entre os mais caros do mundo.
O que influencia no preço do
seguro-viagem? Conta o núme-
ro de países visitados? O preço varia
conforme o total da cobertura contrata-
da e a quantidade de dias de viagem – o
recomendado é fazer a cotação incluin-
do as datas de partida e chegada, assim
você garante a cobertura em todas as
etapas da viagem. A idade do viajante é
outro fator que impacta o valor – e os
planos costumam ter mais restrições.
Se o viajante precisa de um
médico, como funciona o aten-
dimento? Com a apólice em mãos, ele
deve entrar em contato com a central
de atendimento da seguradora e expli-
car a situação. Todas as empresas con-
sultadas oferecem atendimento 24 ho-
ras. Há companhias que usam, além do
telefone, e-mail, WhatsApp e Skype
para a comunicação com os viajantes
em emergências. Antes de comprar o
seguro-viagem, é bom verificar tam-
bém se há atendimento em português.
O viajante paga e pede reembol-
so? Ou a central de atendimen-
to indica um hospital e/ou pode man-
dar um médico ao hotel? Existem to-
das essas possibilidades. Antes de com-
prar um seguro-viagem, o recomenda-
do é que o viajante esclareça com a
companhia se terá de desembolsar algo
no exterior, caso precise de atendimen-
to. Mesmo quando o plano não funcio-
na por reembolso, existem situações
em que o segurado tem de pagar as des-
pesas médicas e depois pedir o ressarci-
mento do valor gasto – por exemplo,
em lugares onde não haja rede creden-
ciada da seguradora.
Como é feito o reembolso?
O valor máximo para ressarci-
mento de despesas médicas e hospitala-
res é sempre definido na cobertura do
plano contratado. O viajante deve pe-
dir recibo e guardar para anexar à docu-
mentação enviada à seguradora no pe-
dido de reembolso. O prazo dado pelas
companhias para o ressarcimento, em
geral, é de até 30 dias.
O seguro-viagem incluído no
cartão de crédito funciona da
mesma maneira do que o comprado
de uma seguradora? Não. Para que o
seguro-viagem do cartão de crédito
seja válido, normalmente é preciso
comprar a passagem aérea com o car-
tão em questão e solicitar a emissão da
apólice no site da administradora. O
benefício costuma estar disponível
apenas em perfis elevados de cartão,
como Black e Platinum. Vale checar o
limite da cobertura (pode ser baixo) e
como o seguro do cartão funciona no
caso de emergências (em alguns casos,
apenas com reembolso de despesas)
THIAGO LASCO e NATHALIA MOLINA, ESPECIAL
PARA O ESTADO
Emergências
médicas em geral
Pelo mundo.
- Turistas no
Top of the Rock,
no Rockefeller
Center, em NY.
- Serviços de
emergência na
França reforçam
o atendimento
telefônico.
- Profissional
de hospital em
Londres teve
coronavírus
LUDOVIC MARIN/AP
Não é só corona.
Seguros
são importantes
em qualquer
viagem
1
JUSTIN TALLIS/AFP
2
MARK WICKENS/ NYT
3
%HermesFileInfo:F-42:20200313:
42
O ESTADO DE S. PAULO
13/3/2020 A 19/3/2020 viagem