Aventuras na História #235A - 02Dez22_compressed

(lenilson) #1
azia 36 dias que o submarino alemão
U-507, comandado pelo capitão Har-
ro Schacht, patrulhava um gigantesco
quadrilátero no Oceano Atlântico, na
altura da linha do Equador, sem dis-
parar nenhum torpedo. A pouco mais do que
200 km de distância do litoral norte do Brasil,
sua missão era interceptar o tráfego de navios
aliados nas rotas entre Trinidad e Tobago, no
Caribe, e a Cidade do Cabo, na África do Sul.
Deviam passar por ali armas, equipamentos,
combustíveis e homens dos Estados Unidos e da
Inglaterra para os exércitos russos e ingleses,
que lutavam contra japoneses e alemães na Eu-
ropa, no Oriente Médio e na Ásia.
Como nenhuma embarcação cruzara com o
submergível, o capitão pediu autorização para
mudar de região. Schacht enviou em 7 de agos-
to de 1942 uma mensagem ao Comando de Sub-
marinos Alemão: “Solicito liberdade de mano-
bra na costa brasileira. Cento e sessenta e dois
mil litros de combustível. Todos os torpedos”.
Harro Schacht iria, dessa forma, mudar a
História da guerra e do Brasil. No dia seguin-
te à solicitação, o Comando de Submarinos
respondeu ao capitão: “Liberdade de manobra
concedida. Mude de direção e tome o curso de
Pernambuco”. Recife era então a principal base
usada pela Marinha norte-americana no Brasil.
Também recebia navios que faziam a cabota-
gem entre o sul e o norte do país e cargueiros
aliados e neutros.
O capitão alemão, porém, ignorou a ordem,
e seguiu para a Bahia. E lá provocou um mas-
sacre. Do final da tarde de 15 de agosto até o dia
17, Schacht pôs a pique cinco navios da Marinha
Mercante brasileira, matando cerca de 600 pes-
soas. Baependi foi o primeiro, Araraquara, o
segundo, depois Aníbal Benévolo, Itagiba, Ara-
rá e a barcaça Jacira. Os quatro primeiros eram
navios de passageiros, os dois últimos, de carga.
Momentos antes de o Baependi ir a pique, a
embarcação estava em festa. Era aniversário do
imediato Antônio Diogo de Queiroz, e grande
parte da tripulação e alguns passageiros parti-
cipavam da comemoração no salão do velho
navio, que pertencia à Companhia de Nave-

Harro Schacht: o
capitão alemão
ignorou ordens
e empurrou o
Brasil para a
Segunda Guerra.
Abaixo, jornais da
época

F


BRASIL


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