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Kelsey Castle
Summit Lake
14 de março de 2012
Dia 10
KELSEY NÃO SE ARRISCOU A SER VISTA NA FRENTE DO
WINCHESTER por temer que o detetive Madison estivesse observando nas
sombras. Ela estava ficando paranoica, sabia disso. Também sabia que a
paranoia a mantinha longe das confusões.
Assim, Kelsey fechou o casaco de couro, saiu pela porta dos fundos do hotel e
seguiu até uma rua secundária, que levava às margens do lago. O sol já tinha
quase desaparecido. E enquanto ele mergulhava atrás das montanhas, as nuvens
ganhavam uma cor púrpura, e o lago adquiria um brilho rosa.
Kelsey pegou o celular e tentou falar com Penn Courtney. Fazia mais de uma
semana que ela chegara a Summit Lake, e duas desde que assumira a história de
Becca. Penn atendeu ao primeiro toque. Sem parar de caminhar, Kelsey o
atualizou sobre os avanços mais recentes do caso. Penn não se mostrou satisfeito
com a encrenca em que ela estava se metendo, mas Kelsey sabia que a ideia da
Events superar a concorrência com a história de Becca seria suficiente para
acalmá-lo, por ora.
A questão real da viagem de Kelsey para Summit Lake era clara: tratava-se de
uma oportunidade para ela se curar e se restabelecer. Tirar algum tempo livre e
ficar na moita. Jamais houve nenhum mal-entendido a esse respeito. E após um
protesto inicial, Kelsey se dispôs a passar um mês sob o ardil de perseguir uma
história.
O problema era que, enquanto farejava uma história que ela achava que não
existia, Kelsey descobriu uma de verdade. E, naquele momento, achava-se
mergulhada nela; possivelmente metida numa encrenca e prestes a piorar a
situação.
Ela manteve vagos os detalhes de seu plano quando Penn a pressionou por
pormenores. Quando ele pediu-lhe algo de conteúdo — um rascunho ou um
esboço —, Kelsey prometeu que lhe mandaria algo em breve.