A garota do lago

(Carla ScalaEjcveS) #1

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Kelsey  Castle
Montanhas de Summit Lake
15 de março de 2012
Dia 11

A CABANA FICAVA NA BEIRA DA MATA, E A LUZ DO PÔR DO SOL


lhe conferia um brilho agourento. Um riacho serpenteava nos fundos e caía em
cascata sobre degraus de pedra antes de alcançar uma lagoa ao lado da casa. A
brisa suave fazia as tifas oscilarem. A não ser pelo murmúrio da água e o canto
dos pássaros, o silêncio e a tranquilidade predominavam.
— Parece vazia — Rae comentou, olhando pelo para-brisa.
Não havia luzes acesas na cabana, e nenhum carro estacionado perto. Com a
porta do lado do passageiro aberta, Kelsey fez um gesto negativo com a cabeça,
desbloqueou o celular e voltou a escutar a mensagem. Pôs no viva-voz.
Antes, no apartamento de Rae, Kelsey falara com o pai de Brad Reynolds, que
lhe contou que ele e seu filho estavam de relações cortadas, e que Brad não fazia
mais parte da vida dele. No entanto, pouco depois que Kelsey encerrou a ligação,
e enquanto tentava falar com Richard Walker, a mãe de Brad ligou e deixou uma
mensagem. Naquele momento, Kelsey e Rae a escutavam de novo:
— Alô? Aqui é Diane Reynolds, a mãe de Brad. Você acabou de falar com
meu marido. Perdão pela rudeza dele. Ele e Brad estão passando por um período
difícil. Brad ainda faz parte de nossa família. Claro. E ele conhecia a garota que
morreu. Os dois frequentaram a faculdade juntos, e tenho certeza de que ele
estaria disposto a conversar com você sobre Becca. Brad está morando em nossa
cabana de caça, a cerca de uma hora de distância de Summit Lake. Se você o
encontrar, diga a Brad que nós o amamos muito, e que pedimos que ele ligue
para casa.
Kelsey e Rae escutaram mais uma vez as orientações da sra. Reynolds sobre o
caminho, para garantir que aquela era a cabana. Em seguida, saíram do carro e
foram até a varanda da frente. Kelsey subiu devagar os três degraus. Folhas
secas, outrora brilhantes e coloridas, estavam agora pretas e quebradiças,
acumulando-se nos cantos.

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