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Brad Reynolds
Montanhas de Summit Lake
17 de fevereiro de 2012
Pouco depois da morte de Becca
ENFIM, OS ACONTECIMENTOS DA NOITE DESABARAM SOBRE
BRAD, quando ele se sentou para ler a carta de Becca para sua filha por nascer.
Não conseguia impedir que sua mente reprisasse a imagem de suas mãos em
torno do pescoço dela. Por que ela jogara a gravidez na sua cara? Era como se
Becca não conseguisse esperar para destruí-lo com aquilo. Deus, ele queria fazer
tudo de novo! Voltar e conversar com Becca. Perguntar-lhe sobre a prova de
direito comercial. Isso era tudo.
Ficou sentado durante horas, com esses pensamentos a assombrá-lo,
considerando cenários distintos de como as coisas poderiam ter acontecido, de
como tudo poderia ter dado certo entre Becca e ele. No entanto, no fim, sua
visita à palafita teve um resultado contrário ao desejado. Brad tinha mais
perguntas agora sobre a garota que amava do que antes. Casada, grávida e nada
parecida com a garota amada.
O sol nascente o pegou de surpresa. Apareceu de repente, drenando a
escuridão das janelas da cabana e a substituindo por um brilho discreto. Brad
respirou fundo, percorreu o ambiente com o olhar, e soube o que precisava fazer.
Não poderia demorar muito. Alguém viria buscá-lo. A polícia, talvez. Seu pai,
ele esperava. E se fosse seu pai, Deus o ajudaria. Finalmente, seu pai receberia o
que merecia.
Brad levou o dia todo para preparar a cabana, gastando a maior parte do
tempo no porão. Acrescentou novos elementos ao seu santuário e, em seguida,
arrumou tudo, de modo que ninguém que entrasse ali fosse embora logo. Criou
uma trilha de pistas, começando na porta da frente. Eram inequívocas, com a
bolsa de Becca como primeira isca. De fato, atrairia para o interior da cabana
quem quer que viesse buscá-lo. E se a bolsa atraísse, os demais itens manteriam
a atenção.
Quando Brad terminou, embarcou em sua caminhonete. Era fim de tarde, e o