— Talvez algum psicopata a tenha visto na estrada — uma mulher corpulenta
propôs. — Viu que ela estava sozinha e decidiu segui-la.
— Muito aleatório — o homem de quarenta anos disse. — Não é impossível,
mas, quero dizer, como o sujeito saberia para onde Becca se dirigia? Ou que ela
não estava indo se encontrar com alguém? Muito aleatório.
— Bem, isso é o que a polícia diz. Algum estranho invadiu a casa e roubou às
cegas. Matou Becca por acaso.
— De todas as residências desta cidade, um estranho aleatório escolheu uma
casa aleatória, dentro da qual Becca se achava aleatoriamente, numa noite
aleatória, quando ela deveria estar na faculdade? — O homem de quarenta anos
chacoalhou a cabeça. — Sinto muito, mas isso é muito... aleatório.
— Ainda acho que tinha a ver com o fato de a garota abandonar a faculdade.
— Red arqueou uma sobrancelha.
O grupo deixou escapar um suspiro coletivo. Escutando por apenas um
minuto, Kelsey se deu conta de até onde chegara em apenas dois dias.
Quando pôs o celular de lado, reconheceu a garota que saiu da cozinha,
situada na parte posterior do bar. Kelsey observara o espetáculo da cachoeira
com ela, no dia anterior. A garota entregou um sanduíche para um cliente e
cumprimentou outros dois antes de se dirigir para trás do balcão de mogno. Bela
naquele jeito jovem, que não exigia esforço, Rae tinha um sorriso luminoso, que
era perfeito para um café situado nas montanhas. Com cabelos curtos e ruivos,
covinhas nas faces e encanto próprio, era fácil para Kelsey imaginar aquela
garota como o rosto do estabelecimento.
— Oi — Kelsey cumprimentou.
A garota pareceu surpresa ao vê-la.
— Oi! Como vai?
— Bem. Rae, certo?
— Certo. Bem-vinda. O que posso servir para você?
Kelsey deu uma olhada na lista de cafés pendurada na parede atrás de Rae.
— Café com leite e caramelo.
— Vai beber aqui ou levar?
— Vou beber aqui.
Rae olhou por sobre o ombro, na direção do grupo de fofocas.
— Sente-se perto da lareira. Eu levarei o café para você.
Kelsey afastou-se do balcão e se acomodou numa das cadeiras estofadas de
couro. Em seguida, tirou suas anotações a respeito do caso Eckersley. Examinou-
as enquanto esperava seu pedido.
Até aquele momento, sua pesquisa dizia que Becca Eckersley era uma boa
garota da Carolina do Norte, que frequentara a Universidade George Washington
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1