Este material é produzido pelo Media Lab Estadão.
O Bike de Boa e o Cidade Ciclável aplicam um modelo de mapa colaborativo
fácil e intuitivo, que pode ser acessado tanto pelo computador quanto pelo celular
Apps mapeiam
bicicletários em
cidades brasileiras
BIKES
Por Summit Mobilidade Urbana 2020
Q
uando se discute mobilidade
urbana, não há como não falar
do uso da bicicleta. Além de ser
benéfico para a saúde física e mental,
pedalar é uma solução sustentável para
escapar do trânsito estressante.
Contudo, além da falta de infraestru-
tura nas cidades, os ciclistas encontram
culdades para estacionar as bikes de difi
modo seguro, uma vez que lugares para
isso ainda são escassos. Pensando nessa
Foto: Getty Images
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no digital,
acesse pelo
QR Code:
De acordo com uma pesquisa pu-
blicada pelo Bikes Welcome, a cons-
ca para trução de bicicletários é benéfi
a economia local. Em Vancouver, no
Canadá, foi observado que estabeleci-
mentos com bicicletários aumentaram
a clientela por atraírem mais ciclistas.
EXPANSÃO
uência do Bike de Boa na mobi-A infl
lidade urbana chegou até Portugal. Em
parceria com a Associação pela Mobi-
lidade Urbana em Bicicleta (Mubi), os
brasileiros criadores do app contribuí-
ram para o desenvolvimento do Cidade
Ciclável, uma plataforma que mostra os
bicicletários em Portugal e assinala os
pontos em que eles deveriam existir.
Depois de sinalizados os locais que
precisam de bicicletários, essas infor-
mações devem ser enviadas às autar-
quias das cidades. De acordo com An-
tónio Carvalho, da direção da Mubi,
, de Portugal, a intenção Públicopara o
é que “qualquer autarquia que esteja
interessada no assunto” acesse o apli-
cativo e “faça download das tabelas
com toda a informação”.
Fontes: Bike de Boa; Bikes Welcome; e
Cidade Ciclável
questão, coletivos criaram aplicativos
que disponibilizam um mapa colabora-
tivo de bicicletários em diversas cidades
brasileiras e em Portugal.
COLABORATIVIDADE
ucrativos e foi O projeto é sem fins l
criado por um coletivo independente
de designers, desenvolvedores e urba-
nistas que têm como objetivo incenti-
var o uso da bicicleta nas cidades. O
que eles disponibilizam é um mapa
colaborativo fácil e intuitivo, que pode
ser acessado tanto pelo computador
quanto pelo celular.
Dentre as mais de 50 cidades mapea-
das pelo aplicativo, existem avaliações
sobre a qualidade dos bicicletários, o que
dá abertura para a discussão de melhores
práticas na construção dessas estruturas.
Para que a ideia se propague, o có-
digo-fonte e o banco de dados da Bike
de Boa são livres para quem quiser
contribuir ou reutilizar. A ideia é que
mais bicicletários incentivem mais
pessoas a pedalarem.
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2020, que será
realizado em
12 de agosto:
summitmobilidade.
estadao.com.br/
São Paulo,
1
o
de abril
de 2020
6
EMBAIXADOR DA MOBILIDADE
Tribos elétricas
Q
ue patinetes, bicicletas e mo-
nociclos elétricos estão entre
nós não é mais novidade para
ninguém – basta um olhar atento
pela cidade para ver como essa pai-
sagem da mobilidade urbana mudou
de uns tempos para cá.
A forma de se locomover por São
Paulo vem mudando radicalmente
a cada dia e ganhando mais e mais
adeptos. Seja por meio dos micros
modais compartilhados ou particu-
lares, o fato é que não se trata mais
do simples deslocamento entre um
ponto e outro. Agora, está em questão
. lifestyle também a defesa de um novo
QUEDA DE 28% NO USO DO CARRO
Um estudo recente da Kantar, em-
presa de origem inglesa especialis-
ta em pesquisa de mercado, aponta
que a cidade de São Paulo passará
por transformações significativas
em mobilidade urbana até 2030,
com queda de 28% no uso de carros.
Muito disso devido às novas esco-
lhas por parte de pessoas que se can-
saram de perder tempo, dinheiro e
paciência no trânsito dessas grandes
metrópoles ou se cansaram também
de esperar por uma malha de trans-
ciente. porte público mais efi
Ao mesmo tempo que a sociedade
enfrenta esse estado de verdadeira
exaustão é que um contingente im-
portante de pessoas, que chamo de
“desertores”, optou e continua optan-
do por soluções mais modernas e in-
Os teligentes de mobilidade urbana.
micros modais estão evoluindo mais
rápido do que nós somos capazes de
assimilar, e isso inclui as tais regu-
lações para circulação ou mesmo a
adequação de infraestruturas adap-
tadas nas cidades.
A tecnologia atual garante per-
formances dignas de competição e
autonomia de carga elétrica impres-
sionantes. Eles ganharam as ruas, e
também as ciclovias e ciclofaixas.
Talvez o maior benefício dos novos
modais seja mesmo o bem mais pre-
cioso de todos: o tempo.
Num percurso de 10 quilôme-
tros, em diversos casos é possível
economizar de 30 a 40 minutos no
trânsito. São veículos com custo de
abastecimento próximo do zero e
, que podem ser levados on-the-go
pelo condutor sem que seja necessá-
rio pagar um caro estacionamento.
Para aqueles que usam transporte
público, resolvem a conhecida ne-
. first mile/last milecessidade
O monociclo elétrico pode ter
autonomia de até 200 quilômetros
com uma única carga e pesar menos
de 30 quilos. E, quando fora de uso,
na maioria das vezes nem é neces-
sário levantar o monociclo do chão,
pois ele possui alça retrátil para o
transporte. E são tão fáceis de levar
quanto uma mala de viagem peque-
na. Construídos numa estrutura úni-
ca e com sensores de estabilização e
aceleração, os monociclos elétricos
estão no topo da cadeia da mobilida-
de individual. Mas, diferente dos pa-
tinetes elétricos, a curva de aprendi-
zagem é maior e requer treinamento.
Do patinete ao monociclo elétricos: a escolha que vai além do modal
UM ESTUDO RECENTE APONTA QUE A CIDADE
DE SÃO PAULO PASSARÁ POR TRANSFORMAÇÕES
SIGNIFICATIVAS EM MOBILIDADE URBANA ATÉ 2030,
COM QUEDA DE 28% NO USO DE CARROS.
é diretor da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) e CEO da Eletricz, Márcio Canzian
empresa especializada na distribuição de veículos elétricos portáteis
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Mobilidade:
MIL MONOCICLOS ELÉTRICOS EM SP
Talvez por isso, os monociclistas se-
jam tão engajados e defensores desse
veículo como opção de mobilidade
urbana individual. Existe um verda-
deiro sentimento de superação que os
une. Tanto que já se formaram até co-
munidades em torno dessa proposta
para a troca de ideias e agendamento
de encontros rotineiros.
A frota de monociclos elétricos só
na cidade de São Paulo, atualmente, já
atingiu cerca de mil veículos. São esses
os chamados “desertores”, que não es-
tão mais dispostos a perder um segun-
do da sua vida dentro de uma cápsula
de metal, no meio do engarrafamento,
quando podem ter uma vida mais leve
em todos os sentidos e, de lambuja, ga-
nhar um batalhão de novos amigos.
O uso do monociclo elétrico e de-
mais modais elétricos, como prota-
gonistas da mobilidade urbana atual,
portanto, virou um novo estilo de
vida, que proporciona um dia a dia
menos estressante, mais econômico,
divertido e ecologicamente correto.
Future-se.
Foto: Divulgação
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