CHARLOTTE

Era uma vez uma menina.
Quando pequena, perdera o pai. A dor não sumira com o tempo. Era o
primeiro Natal que a família passaria sem a presença dele.
Poucos dias antes, a menininha, ao passar com a mãe em frente a uma loja
de brinquedos, vira uma encantadora boneca de gesso. Tinha um vesdo branco,
delicado. Na mesma hora elegera aquele como seu presente de Natal.
A ceia aconteceu na casa de um o materno, ao lado de quatro primos. A
única menina da família esperava ansiosa a hora de correr até a árvore enfeitada
e, finalmente, abrir sua caixa. Ao chegar lá perto, enquanto todos cantavam, a
menina não rava os olhos dos presentes. Viu várias caixas, várias formas
embrulhadas em papel. Sua boneca não estava lá.
Muito choro depois, a brincadeira fora desfeita. Os primos trouxeram a
caixa e entregaram para a desolada garonha que, imediatamente, com o rosto
ainda molhado, apressou-se em puxar a fita que prendia a tampa.
Mal dera tempo de as lágrimas secarem e o rosto voltou a banhar-se. Ao
abrir o presente veio a surpresa terrível: sua tão desejada boneca estava
quebrada.
"O que nha acontecido? Por quê? Por que justo com a minha boneca?"
Depois de dois dias de muita tristeza, a menina foi em busca de um médico
para a filhinha de gesso. Não se conformara com aquela situação. Procurou com a
mãe um senhor muito idoso que consertava bonecas. Ele era porteiro de uma
grande empresa da cidade e nha permissão para, no próprio local de trabalho,
atender às crianças e seus brinquedos. Pouco tempo depois a boneca voltou
inteira para os braços de sua mãezinha. A alegria era tamanha por ter aquele