Com The Last Of Us, a HBO quebra a maldição das
adaptações cinematográficas de games e entrega uma série
que promete ser lembrada na temporada de premiações.
DÃO GABRIEL AMORIM
eja por obras que se limitam a
replicar cada pixel feito nos
videogames, ou outras que
mudam o tom e perdem a
essência, a adaptação de games cos-
tuma andar em uma linha tênue
que separa uma releitura boa de
algo detestável. Desde Lara Croft:
Tomb Raider (2001) até o mais re-
cente Resident Evil (2022), o nú-
mero de obras audiovisuais questi-
onáveis fez ligar um alerta nos fãs
de The Last Of Us após a confir-
mação de uma adaptação, mas que
foi apagado quando revelada que
seria fiel aos jogos. No entanto, a
série da HBO brilha mesmo quan-
do sai do piloto automático e valo-
riza o que fez a saga se tornar uma
das mais premiadas da história.
S
Nascido nos videogames, The Last
Of Us quebrou a barreira dos games
genéricos quando lançado ao surpre-
ender com uma narrativa que apre-
senta elementos cinematográficos.
Estruturado como um road movie
jogável, a obra da Naughty Dog não
apresenta uma trama complexa - na
verdade, é bem simples (no me-lhor
sentido da palavra) - e embora am-
bientada em um mundo pós-apoca-
líptico, o game nunca foi sobre matar
zumbis e salvar o mundo. Na verda-
de, inseri-lo dentro de elementos de
ação e sobrevivência foi um pano de
fundo para tratar de algo mais inti-
mista: a relação humana.
Criado por Druckmann, o game
coloca o jogador no comando de Joel
Miller - um homem de meia idade
Game. Foto: PlayStation
THE LAST OF US
Pascal e Ramsey
como Joel e Ellie.