CARTA AO LEITOR
UMA REVISTA ALAGOA
riada em 2023, a Agilize é uma revis-
ta feita por jovens para jovens de todo
estado alagoano. Ao longo da história,
a comunicação se estabeleceu como o
processo-base de toda e qualquer organização so-
cial. Através da revolução tecnológica iniciada no
ano de 1969, ficou difícil dissociar a internet do
seu patamar de evolução, uma vez que, agora,
mais de 50 anos após seu surgimento, proporcio-
nou uma transformação do processo comunicati-
vo.
Dado o enraizamento da internet e a transfor-
mação instaurada na sociedade, a imprensa mun-
dial também sofreu mudanças. Com o ápice da
‘era da globalização’, que consagrou a internet
como um espaço onde o público, principalmente
jovem, interage socialmente e partilha informa-
ções, os meios tradicionais começaram a perder o
protagonismo entre as pessoas que nasceram e
cresceram em simultâneo com a web e, princi-
palmente, para os indivíduos que vieram à vida
depois da tecnologia estar implantada e passaram
a tê-la como uma necessidade básica.
No entanto, apesar dos avanços tecnológicos, o
interesse dos jovens por conteúdos jornalísticos
ficou para trás nessa transição. Em uma pesquisa
realizada pela Comscore, entre os anos de 2018 e
2019, é possível observar que 55% dessa faixa-
etária utiliza as redes como forma de se informar
e as acessam com a crença de que, o que conso-
mem, são conteúdos verídicos e de qualidade.
C
Assim, com o passar dos anos, o público-alvo
deste material foi perdendo, paulatinamente, o
interesse no consumo de materiais jornalísticos
‘tradicionais’ - se é que podemos chamar assim, já
que as principais empresas que formavam a antiga
imprensa dos clássicos jornais migraram para o
digital e, ainda assim, ficaram para trás no que
toca aos acessos perante às redes.
Ainda que o advento da tecnologia tenha acres-
centado benefícios importantes à sociedade, co-
mo a facilidade em se ter quase tudo na palma da
mão, é preciso ter o conhecimento e discerni-
mento necessários para saber onde acessar um
conteúdo verídico e de qualidade.
No Brasil, onde 40,8% das crianças brasileiras
entre 6 e 7 anos não sabem ler ou escrever - se-
gundo uma pesquisa feita pela ONG Todos pela
Educação, em 2021 -, somados com mais de 10
milhões de brasileiros que, com 15 anos de idade
ou mais, não são alfabetizados e desse total, 6,
milhões são nordestinos - com base na Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua
(PNAD) de 2019 - e com mais de dois milhões
de meninas e meninos, entre 11 a 19 anos, que
revelam ter abandonado a educação básica
(UNICEF), o que representa cerca de 11% do
total, não há como compreender que a totalidade
dessas pessoas possuam a acuidade de identificar
qual conteúdo é procedente ou a clareza para
identificar que não se passa de uma fake news ou
algo pior.
GABRIEL