CAPÍTULO
16:
-Criaste alguma cena. -Abaixo o som do rádio me inclino para trás seguro o
caderno e me endireito dando costas á janela e abro.
-Não.
-Então crie.
-Que tal agora?. -Pergunto dando de ombro. -Interessante e excitante você
querer descrever esse momento. -Um sorriso sarcástico surge em seu rosto e
sua língua desliza pelos seus lábios de forma tão sedutora de deixar pernas
bambas.
-Não, é que... -Um roteirista preciso criar ações que imageticamente traduzam
o que ele quer dizer, por exemplo, não é no roteiro que você irá descrever
minuciosamente uma casa, você precisa dizer o que acontece na casa, qual a
ação, o drama, á intriga. -E eu aponto fazendo anotações e respiro fundo e
me endireito.
-Então séria...Não era suposto estarem aí naquele momento no... -Não é um
livro. -Interrompeu e a chuva parecia piorara. -Para um roteiro, você não
precisa dar explicações, você precisa dar detalhes, você não precisa
descrever tanto do que estão pensando, o cabeçalho da cena deve ter o
lugar, a hora do dia da cena apenas isso que quero agora.
Bato a caneta no caderno tentando pensar em enquadrar duas pessoas num
carro, sem enquadrar duas pessoas sentimentais em um carro. -A garota e o
garoto estavam no carro, a noite estava fria e perguntas sobre eles os
invadiam.
-Ok aponte!. -Assenti e apontei. -Coloque o número da cena.
-Cena 3, acredito que tenham se conhecido a duas cenas atrás. -Respondo
enumerando.
-Agora a ação, descrição do que acontece na cena.
-Busca Pé-V.O²: Gostam um do outro, enquanto saboreavam seus gelados, o
garoto a beijou como ela nunca foi beijada antes, por ele, mesmo que tenha
sido por ele, o seu corpo decaia sobre ele, e no momento o som dos carros
passando se tornavam altos e o som da rádio sobre o caos do País não
importavam que pessoas de fora pudessem os ver.