Não apenas para suprir as necessidades de comunicação que a levaram a diversos congressos e
palestras internacionais, o gosto pelo conhecimento de idiomas é sua paixão pessoal. Entre o francês
de seu país natal e o português do território brasileiro que a recebeu, a professora da Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp) deleita-se também com vocábulos e expressões do inglês, do
alemão e do italiano.
A habilidade cognitiva para o aprendizado de línguas encontra-se ainda em outro tipo de
código linguístico, justamente o que a formou cientista. A graduação em Engenharia Química
pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e o mestrado e o doutorado em Química na Unicamp
conferem domínio no que diz respeito ao conjunto de representações simbólicas, formas de expressão
de conceitos e procedimentos já utilizados por alquimistas e artesãos do passado e que configuram a
linguagem química. Com o passar do tempo e pela necessidade de entendimento entre químicos de
todas as partes do mundo, nasceu a unificação de símbolos em uma linguagem universal.
A cientista membro titular da Academia Brasileira de Ciências, premiada com a medalha Simão
Mathias – a mais importante da Química brasileira – e o Prêmio Marie Curie da Sociedade Brasileira de
Química corrompe o idioma ao usar a palavra “culpa” para se referir às homenagens, pois define todo o
trabalho que faz como pura diversão.
Anita Jocelyne Marsaioli