A semente originou-se na maior das ilhas italianas, a Sicília. Ainda pequena, o vento a soprou para
longe. De Palermo até São Paulo, onde brotou com a força da terra brasileira, cresceu determinada a florir.
Formou-se bacharel e licenciada em Ciências Biológicas pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras
da Universidade de São Paulo (USP) e depois fez doutorado em Ciências pelo Instituto de Química, na
mesma instituição. Ali também se ramificou, estabelecendo o laboratório de Biologia Molecular do
Trypanosoma cruzi. Sobre aspectos do metabolismo e da epidemiologia molecular do protozoário
causador da doença de Chagas fez importantes contribuições.
O crescimento vigoroso gerou novas folhas captadoras de energia. A cientista integrou o Steering
Committee on Chagas Disease e o Research Strengthening Group do Special Programme for Research
and Training in Tropical Diseases (TDR) baseado na sede da Organização Mundial da Saúde (OMS), em
Genebra, na Suíça. É presidente da Associação Pan-Americana de Bioquímica e Biologia Molecular,
coeditora-chefe da revista Acta Tropica e titular da Academia Brasileira de Ciências. Foi agraciada com a
Ordem Nacional do Mérito Científico na categoria Comendador.
Como professora titular na USP desabrochou em flor generosa, espalhando novas sementes de
conhecimento e exemplo. Cuida com esmero do seu jardim.
Bianca Zingales