[UP!] Adega - Mai19

(Pinheirojpa55) #1

30 ADEGA >> Edição^163


MUNDOVINO |^


EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Um dos principais apoiadores das medidas para comba-
ter o aquecimento global dentro da indústria do vinho
é o prestigiado Miguel Torres, das Bodegas Torres, da
Espanha. Há anos sua empresa vem focando na dimi-
nuição da pegada de carbono assim como em outras
ações sustentáveis e ecológicas. Nos últimos tempos,
porém, ele tem se tornado a grande voz a alertar seus
colegas produtores.
“A maioria das pessoas na indústria
do vinho ainda não entende a urgência
de agir em conjunto contra a mudança
climática”, falou em um curso sobre
mudanças climáticas da Familia Torres.
Ele afirmou ainda que é decep-
cionante que apenas 20 viní-
colas na Espanha tenham se
juntado ao grupo Wineries
for Climate Protection, que
ele criou em 2011.
Recentemente, Torres
buscou expandir a iniciativa
em parceria com a em-

presa americana Jackson Family Wines, anunciando
a formação da International Wineries for Climate
Action. Enquanto várias vinícolas em todo o mun-
do estiveram envolvidas em pesquisas e iniciativas
destinadas a reduzir o uso de energia e os efeitos das
mudanças climáticas, Torres pediu um maior foco na
tecnologia na adega. “Milhares de toneladas de CO2
são emitidas durante o processo de fermentação.
Precisamos nos concentrar na captura e reutilização
de carbono”, apontou. Ele está trabalhando com a
empresa alemã de tecnologia Exytron para testar um
sistema inteligente de energia capaz de transformar o
CO2 capturado durante a fermentação em material
reciclável para a produção de gás natural comprimi-
do, como o metano.
Torres disse que sua empresa investiu mais de € 15
milhões em eficiência energética, uso de energia reno-
vável e transporte ecoeficiente. O grupo está no cami-
nho certo para reduzir as emissões de carbono em 30%
por garrafa até 2020, em comparação com os níveis de


  1. Ele planeja atingir reduções de 50% até 2030 e
    80% até 2045.


colegas prod
“A mai
do vinho
de agir em
climática”
mudança
Ele

Segundo Séverine Schlumberger, do Domaines Schlum-
berger, a Alsácia está perto de impor normas para identi-
ficar o nível de doçura nos rótulos dos vinhos. “Estamos
mais perto do que nunca. Estamos pressionando para que
isso seja imposto por lei. As cooperativas são contra, já que
costumam fazer Riesling doces e não gostam que as pes-
soas saibam que são doces”, afirmou a produtora.
Na vinícola dos Schlumberger, há muitos anos os
vinhos já são classificados de acordo com seus níveis de
açúcar residual nas seguintes categorias: seco, meio-
seco, meio-doce e doce. Os vinhos na categoria seco têm
entre 6 e 8g / l de açúcar residual, os meio-secos entre
8 e 16g / l, os meio-doces cerca de 16 a 40-45g / l e os
doces acima de 45g / l.
Anos atrás, a Alsace Vintners Association (AVA)
obteve aprovação quase unânime para as propostas e
planejou introduzir a rotulagem a partir da safra de


  1. A AVA apresentou um relatório solicitando ao
    INAO que impusesse uma obrigação à rotulagem dos
    vinhos brancos secos – vinhos com menos de 4g / l de
    açúcar, ou 7g / l de açúcar nos vinhos com mínimo de 9
    g de acidez tartárica, segundo regras da União Europeia.
    Mas, em 2015,
    os planos para
    a rotulagem
    obrigatória
    foram
    suspensos.
    Agora,
    segundo
    Séverine, há
    nova pressão
    para a
    imposição.


Seco no rótulo


Vinhos alsacianos apresentarão nível de doçura no rótulo


Alerta de Torres


Produtor espanhol se diz preocupado com a falta de ação de colegas


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