o chão estiola
por um sol que abrasa/um céu que o abate
ensandecem homens/escapam
velhos no temor a anjos e a gigantes
caminham separados entre suspiros e lamentos
fugitivos os guerreiros falhos de graça e de
aventura/
buscam sem saber sua viva sepultura
a ópera humana assim montada/cegos
conformados
num prato desta balança/calam-se uns
que a fala doutros jaz num silêncio que os apaga
nada no rasto desta revolta/nesta entrega
só o medo e esquecimento/tudo é nada/só
paisagem
um simulacro de liberdade e de sossego
no outro prato/homens imitando os monstros
em nome dos mortos/que tanto temem
pais filhos mestres ou discípulos/induzida
indução
círculo vicioso de todas as voltas e inversões
gestação fedorenta de ideias peregrinas
em circo/se exibem transvertidos/
artistas e acrobatas jogam com a morte/