Passeio sem Regresso
Dedicado à tia Vivi, que com cuidado
nos acolheu quando da perda de
nossos pais. Aos oitenta anos ela leu
estes versos e me respondeu: “tomei
de sua mãe e entreguei a Faninho”.
Eu era menina, mas trago em mente
Que um passeio sem regresso fiz.
Na garupa de um cavalo, com um parente,
Sentia-me a criança mais feliz.
Vimos o raiar do sol já em viagem.
E quando este no horizonte declinou,
Fomos hospedados com carinho
Em um lar que a arrumação aprimorou.
A maior novidade da arrumação
Eram uns lavatórios com bacias esmaltadas,
Toalhas brancas nos cabides com esta inscrição: Bom Dia!
Só as cores em cada uma era mudadas.
Bem cedinho me levaste pela mão
Para a igreja que era bem pertinho.