JOANNA D'ARC CASTRO
Restos
O que faço com o resto de mim, agora?
Você, resoluto e absoluto mar
Eu, rochedo esculpido na arrebentação
Pelas águas violentadas na agitação...
O que faço com o sentimento enclausurado?
Você, pássaro admirável e impetuoso
Eu, vento norte, necessário e desditoso
Que o ostenta, mas não pode detê-lo...
O que faço com o você que ficou em mim?
Você, meu elo divino entre o querer e o ser
Eu, tão pequena e impotente, diante de ti
Verto mares diários, sem nenhum prazer...
O que faço, meu bem, com esse bem?
Você, que inundou o meu ser, mudou meu viver
Eu, coração em pedaços, querendo acalanto
O calor dos teus braços, uma noite de amor...