SELMA IRIS KULLMANN
Um sopro
Ambarina colorida um frasco de doce fricção
Leve textura para inverter uma antiga paixão
Mudo o adágio, sofisticada porcelana rachada
Colada com fios de ouro, novamente renovada
Capturo novo momento para ficar na eternidade
Com largo carinho, paz sem a flor da saudade
Espero a lua descer linda, misteriosamente
Para viver esse delicado amor ansiosamente
Não quero estar fadada apenas ser pétala soprada
Atravessar a ponte e deixar lembrança passada
Irei colher flores perfumadas de alfazemas
Pentear meus cabelos, enfeitar minhas melenas
Irei enfeitar-me de açucena, pureza em flores
Brancas, cicatrizam feridas e abrandam dores
Deixando leve perfume de sussurro da criação
Um capricho que mareja nesse viajante coração