Você SA - Edição 252 (2019-05)

28 wMAIO DE 2019 wVOCÊ S/A FOTO: ALEXANDRE BATTIBUGLI

FINANÇAS

OS ESCÂNDALOS DE COR-
RUPÇÃO DEFLAGRADOS PELA
OPERAÇÃO LAVA-JATO, O
IMPEACHMENT DA EX-PRESI-
DENTE DILMA ROUSSEFF E AS
INCERTEZAS POLÍTICAS DOS
ÚLTIMOS ANOS NÃO IMPEDI-
RAM A BOLSA DE VALORES
BRASILEIRA DE GANHAR
FORÇA. E HÁ PELO MENOS
DUAS EXPLICAÇÕES PARA
ESSE FENÔMENO. UMA DELAS
É A EXPECTATIVA DE RECU-
PERAÇÃO DA ECONOMIA; A
OUTRA É A REDUÇÃO DA TAXA
BÁSICA DE JURO, QUE ATINGIU
O MENOR NÍVEL HISTÓRICO
(6,5%) E DERRUBOU OS GA-
NHOS DE FUNDOS DE RENDA
FIXA E OUTRAS APLICAÇÕES.
MAS NADA DISSO AUTORIZA
JOGADAS ARRISCADAS. NO
NEBULOSO MERCADO ACIONÁ-
RIO ATÉ EMPRESAS CONSOLI-
DADAS SOFREM QUEDAS DA
NOITE PARA O DIA. FOI O QUE
ACONTECEU COM A VALE. NA
VÉSPERA DO ROMPIMENTO DA
BARRAGEM DA MINA CÓRREGO
DO FEIJÃO, EM BRUMADINHO
(MG), AS AÇÕES VALIAM 56,15
REAIS. NO DIA 28 DE JANEIRO,
QUATRO DIAS DEPOIS DO
DESASTRE, O VALOR JÁ
HAVIA CAÍDO 20%, FECHANDO
EM 42,36 REAIS. QUEM SE
ANTECIPOU, COM MEDO, SAIU
VENDENDO, MAS PERDEU

DINHEIRO. EM POUCO TEMPO,

OS ATIVOS SE RECUPERARAM:

EM 29 DE ABRIL, QUANDO

ESTA REPORTAGEM FOI

ESCRITA, ESTAVAM EM

5O,63 REAIS. A LIÇÃO É: “O

INICIANTE NA BOLSA DEVE

TER CAUTELA”, COMO DIZ PE-

DRO BOESEL, RESPONSÁVEL

PELA RICO INVESTIMENTOS E

SÓCIO DO GRUPO XP. MUITOS

DOS PAPÉIS QUE PERDERAM

VALOR EM 2018 FORAM OS

DE VAREJO, QUE DEPENDEM

DE UMA RECUPERAÇÃO MAIS

FORTE DA ECONOMIA. ENTRE

ELES ESTÃO VIA VAREJO

(-44,56%), BRF (-40,08%)

E CIELO (-58,15%). POR

OUTRO LADO, AS AÇÕES DO

MAGAZINE LUIZA LIDERA-

RAM O RANKING DE ALTAS,

COM GANHOS DE 126%. ISSO

PORQUE A ORGANIZAÇÃO FEZ

UM TRABALHO ROBUSTO DE

REESTRUTURAÇÃO, REDUÇÃO

DOS GASTOS, INVESTIMENTO

NA DIGITALIZAÇÃO DA MARCA,

CRIAÇÃO DO LUIZALABS — UM

LABORATÓRIO DE DESENVOL-

VIMENTO E INOVAÇÃO PARA

A EXPERIÊNCIA DE COMPRA

— E RECENTE AQUISIÇÃO

DA NETSHOES. O SUCESSO,

PORTANTO, TEM UMA EXPLI-

CAÇÃO. ISSO MOSTRA QUE,

SEM ESTUDO DE MERCADO E

SEM CAPACIDADE ANALÍTICA,

É DIFÍCIL MUDAR DE POSIÇÃO

NA HORA CERTA. CONSIDE-

RANDO O CENÁRIO ATUAL,

COM SELIC DE 6,5%, INFLAÇÃO

DE 4%, CRESCIMENTO DO PIB

DE 1,18% E DÓLAR PERTO DE

4 REAIS, RAFAEL GIOVANI,

DIRETOR DA NECTON, LISTA

AS ORGANIZAÇÕES MENOS

PROPENSAS A REVEZES: AS FI-

NANCEIRAS (É PREVISTA UMA

QUEDA NA INADIMPLÊNCIA),

AS COM RECEITAS EM DÓLAR

(COMO BRASKEM E COSAN) E

AQUELAS QUE SE BENEFICIAM

DA SELIC BAIXA (COMO A

PETROBRAS, QUE ESTÁ ENDI-

VIDADA; E A TELEFÔNICA, QUE

DISTRIBUI BONS DIVIDENDOS).

UMA SAÍDA PARA TREINAR O

FARO É APLICAR DE MANEIRA

INDIRETA. COMECE COLOCAN-

DO DINHEIRO EM FUNDOS DE

AÇÕES, QUE SÃO GERIDOS POR

UMA EQUIPE ESPECIALIZADA E

MENOS SUSCETÍVEIS AO SOBE

E DESCE. AQUI, A REGRA DE

FAZER CONTAS SEGUE VALEN-

DO. COMO NÃO SE OPERA COM

AÇÕES SEM INTERMÉDIO DE

UMA INSTITUIÇÃO FINANCEI-

RA, É IMPORTANTE CALCULAR

OS CUSTOS DE CORRETAGEM

E CUSTÓDIA, ALÉM DAS TAXAS

COBRADAS PELA PRÓPRIA

BOLSA. O LADO BOM É QUE OS

GANHOS NA MODALIDADE SÃO

ISENTOS ATÉ 20 000 REAIS.

DEPOIS DE PASSAR SETE ANOS POUPANDO

E FAZENDO JUS À EXPRESSÃO “DE GRÃO

E GRÃO”, O AUXILIAR ADMINISTRATIVO

AMARILDO SOUZA, DE 28 ANOS, PERCE-

BEU QUE HAVIA FORMAS MELHORES DE

TURBINAR OS 10 000 REAIS ACUMULADOS.

EM 2017, COMEÇOU A ASSISTIR A VÍDEOS

NO YOUTUBE E CRIOU CORAGEM: APLICOU

METADE DO QUE ESTAVA GUARDADO EM

DIFERENTES ATIVOS, A PRINCÍPIO, TODOS

DE RENDA FIXA. SÓ DEPOIS PARTIU PARA A

RENDA VARIÁVEL. INICIANTE NA BOLSA DE

VALORES, FEZ TUDO COM SERENIDADE. EM

VEZ DE COMPRAR PAPÉIS AVULSOS, OPTOU

POR FUNDOS DE AÇÕES. ALÉM DE COLOCAR

5 000 REAIS PARA RENDER, AMARILDO PAS-

Desenvolva

capacidade

analItica

sobre as aCOes

Risco com

cautela