mera recordação.
Apesar das competições, Neto
precisou partir para um caminho mais
concreto e, ainda na trilha do esporte,
se formou em educação física em 1994.
Em seguida, deu dois passos a mais em
sua carreira com uma especialização e
um mestrado.
Com um caminho já traçado, a
vontade de montar numa bicicleta e
pedalar deu mais ousadia à sua vida.
Primeiro, ele experimentou o bicicross,
depois partiu para o mountain bike e o
ciclismo em estradas.
“A paixão vem da liberdade que a
bicicleta e o ciclismo proporcionam. O
contato com a natureza e a possibilida-
de de ir mais longe do que nós mesmos
tínhamos imaginado”, revelou Neto.
Ele conta que na região da Alta
Paulista, “existem muitas estradas que
proporcionam passeios espetaculares,
passando por cidades vizinhas e bairros
da zona rural”. Ao desbravar a região
com sua bike, Neto prefere ir acompa-
nhado porque “os pedais em grupo são
sempre mais agradáveis”.
O artista
Com tantas aventuras na bagagem,
Neto decidiu compartilhar um pouco do
que viu durante anos como ciclista, ao
lançar recentemente o livro de poesias
“Vida de Esportista”.
“Graças ao incentivo da minha tia
Bernadete, resolvi organizar meu livro
por temas específicos. Nessa primeira
obra impressa que publiquei, coloco
destino que tri-
lhou a vida de
um professor
casado e pai de
três filhos tem
vários caminhos.
Porém, a sua tra-
jetória parte de
um mesmo prin-
cípio: o esporte.
Desde criança, o adamantinense
José Brechara Neto competia em pro-
vas que muitos adultos, ditos valentões,
não teriam coragem de se arriscar. Ele
nasceu há 42 anos e sua história de es-
portista começou cedo, já na infância.
Foi nas quadras que aos seis anos
ele iniciou sua carreira esportista,
através do futsal. Anos mais tarde, aos
11, ele havia conhecido a natação no
extinto “Projeto Nadar” e, nesta mesma
época, descobriu uma companheira
para toda sua vida, a bicicleta.
Foi uma questão de tempo para
que ele pudesse conhecer um esporte
que envolvia sua paixão por correr,
nadar e pedalar: o triatlo. “A passagem
para o triatlo foi uma coisa natural. Aos
15 anos, participei do meu primeiro
torneio, em ilha Solteira, onde venci a
categoria de 15 aos 18 anos”, relembra
o esportista.
Com sua vocação, Neto foi terceiro
colocado em uma competição nacional
e em Pirassununga participou de um
ironman (triatlo de longa distância). O
resultado de suas conquistas fez com
que o futsal fosse aos 17 anos uma
O
poemas que falam sobre a minha ex-
periência de mais de 30 anos”.
Além dessa obra, ele escreveu ainda
para formato e-book: “Conversa com
a morte”, “Caminhando no incerto”,
“Deus e o Diabo” e o “O que é a vida”,
livros disponíveis no site da Amazon. Já
“Vida de Esportista” está disponível via
Pagseguro ou Paypal no blogspot do
esportista.
Neto declarou à Revista Vox que dei-
xará a bike um pouco de lado. Não, ele
não vai aposentar os pedais. Na verdade,
irá se dedicar a poesia para escrever seu
quinto livro: “Se no céu tiver ciclovia”.
“Será um livro de poesias específico
sobre a bicicleta e o ciclismo”, revela o
esportista e escritor.
Porém, sua rotina de atividades só
estará completa caso ele continuar a
produzir além de livros e recordes de
quilômetros em trilhas outra grande
paixão: as esculturas que faz a partir
de madeira e sucatas que recolhe em
oficinas de bicicleta e automóveis.
“Faço esculturas sobre vários temas,
mas o que predomina é o esporte. Já
vendi algumas peças pela internet,
mas o objetivo não é comercial. Faço as
esculturas como passatempo”, afirmou.
Independente da atividade que faça,
seja ela em cima de uma bike, escre-
vendo ou esculpindo, Neto Brechara faz
com dedicação. Talvez, novas paixões
possam cruzar sua vida nos próximos
anos e, quem sabe, novas histórias e
livros venham recriar um destino aberto
a novos horizontes.
Há três décadas, Neto Bechara descobriu no esporte o ponto de partida para uma
trajetória que percorre o ciclismo, a literatura e a arte.
POR LUIS GABATELLI === === FOTOGRAFIA SANDRA KOBAYASHI
