Aero Magazine - Edição 311 (2020-04)

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BOOM INICIAL
A aviação comercial sofreu um
duro impacto negativo com a
pandemia de covid-19. As em-
presas diminuíram drasticamente
suas operações a ponto de a Qatar
admitir estar ficando perigosa-
mente sem caixa. No começo da
pandemia, muita gente embarcou
em voos regulares de volta para
suas cidades enquanto usuários
da aviação privada se isolaram
em suas casas de veraneio longe
dos grandes centros, como Laran-
jeiras (Rio de Janeiro), Trancoso
(Bahia) e Escarpas do Lago (Mi-
nas Gerais) aqui no Brasil.
Em um primeiro momento, os
fretamentos tiveram um cresci-
mento de pedidos fora da curva.
A empresa de voos sob demanda
Flapper anunciou um aumento de
69% nas solicitações via aplicativo
de passageiros que chegavam e
saiam do Brasil, totalizando um
valor de 62,6 milhões de reais.
Mas a situação mudou quando a

quarentena se estabeleceu, como
se via em qualquer software de
voos em tempo real. Era baixís-
sima a quantidade de aeronaves
operando sobre o território na-
cional. No dia 5 de abril, um
domingo, havia apenas 11 voos
sendo mostrados, um número
incrivelmente baixo para um país
do tamanho do Brasil.
Nesse contexto, a Voom, em-
presa de mobilidade urbana que
operava com voos de helicóptero
sob demanda, anunciou o fim de
suas atividades globais. A compa-
nhia pertencente à Airbus oferecia
opção de deslocamento aéreo
através do uso de um aplicativo,
com conceito simular ao do Uber.
A Voom operava em São Paulo
com diversas opções de destinos e
horários.

CONGONHAS
O aeroporto de Congonhas,
coração da aviação de negócios
no Brasil, dava uma ideia do

impacto da pandemia. No início
de abril, durante três dias, não
houve nenhuma operação de
helicópteros, a não ser a de uma
aeronave que estava em manuten-
ção. Nenhum pouso e nenhuma
decolagem... uma cena inimagi-
nável!
No pátio de aviões, a movi-
mentação nos hangares de TAM
Aviação Executiva e Líder Aviação
era quase nula, apenas um ou
outro avião privado. Do outro
lado da pista, os hangares da
Icon Aviation estavam cheios de
aviões parados. Segundo consta,
a empresa demitiu quase toda sua
equipe de voo, mantendo somente
uma tripulação mínima. Muitos
comandantes experientes perde-
ram o emprego.
Com menos voos, os pro-
prietários de aeronaves aprovei-
taram para antecipar serviços de
manutenção, deixando algumas
oficinas cheias. Mesmo diante do
risco de inadimplência e even-
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