Valor Econômico (2020-05-14)

(Antfer) #1

JornalValor--- Página 6 da edição"14/05/20201a CADA" ---- Impressa por VDSilva às 13/05/2020@21:23:


A6|Valor| Quinta-feira, 14 de maiode 2020

Brasil


ConjunturaVendasdesupermercadosevitaramquedaaindamaisacentuada


Comércio recua em março e


deve ter tombo recorde em abril


BrunoVillasBôas
Do Rio

Comacorridaaos supermer-
cadosnofim de março, oimpac-
to da pandemiade covid-19so-
breasvendasdovarejofoimenos
intenso do que o previsto por
analistas.Mesmoassim,aleitura
do marçotrouxeumaprolifera-
ção de recordes negativosno se-
tor —eo pior aindaestá por vir
nosdadosdeabril.
Para analistas,alémdo fecha-
mentode lojasao longode todo
omês de abril,as vendasde su-
permercados perderam força
comofimdacorridaparaestocar
alimentos na quarentena. As
projeçõesparao varejoamplia-
do vão de quedade 13,7%a 44%
frenteaabrilde2019.
As vendasde marçodo varejo
restrito —que excluiocomércio
de automóveise de materialde
construção —recuaram2,5% an-
tefevereiro,amaiorquedaparao
mês desde 2003 (-2,7%). Analis-
tas esperavam, pela mediana,
baixade4,1%paraoindicador.
Já as vendasdo varejoamplia-
do caíram13,7%em março, fren-
teafevereiro,opiorresultadoem
17 anos,inícioda série da PMC.A
quedafoi maisintensa no am-
pliado porqueincluias vendas
de veículos, que recuaram36,4%,
tambémamaiorbaixadasérie.
Rodolpho Tobler,economista
do Instituto Brasileiro de Econo-
mia da Fundação Getulio Vargas
(Ibre/FGV), diz que a intensidade
da altadas vendasdos supermer-
cadossurpreendeu. As vendasdo
setorcresceram 14,6%, um recorde
dasériedapesquisadoIBGE.
Alémde supermercados,oseg-

mentode artigosfarmacêuticos e
de perfumaria salvou-se no mês,
com altade 1,3%. As farmácias fo-
ram consideradascomoessenciais
pelos decretos de isolamento e
mantiveram abertas.Houveainda
maiordemanda por produtosco-
moálcoolemgelemáscaras.
Fora essasatividades,marçofoi
repleto de recordes negativos.
Como fechamento de lojaseme-
nordisposiçãodasfamíliasdecon-
sumir itensnão essenciais, as ven-
das foram recordes negativos em
vestuárioecalçados (-42,2%),veí-
culos (-36,4%), livros, jornais e pa-
pelaria (-36,1%), móveis eeletro-
domésticos (-25,9%), artigos de
usopessoaledomésticos(-27,4%).
“Houvefechamentode estabe-
lecimentospor decreto. As em-

presasnão estavampreparadas
para isso.Por outrolado,oscon-
sumidoresse mostrammaiscau-
telosos,principalmente peloin-
certezaquantoàrendaeprocu-
ram focaros gastosnos itenses-
senciais”,disseTobler.
Com o resultado do mês, as ven-
das do varejo restritofecharamo
primeiro trimestre com queda de
2% frente ao quarto trimestredo
ano passado. Foi aqueda maisin-
tensadesde oprimeiro trimestre
de 2016. Pelo conceito ampliado,
asperdasforamde4,4%noprimei-
ro trimestre, maiorbaixadesde
quartotrimestrede2008(-7,3%).
Mesmo com areabertura de es-
tabelecimentos em algumas cida-
des no fim de abril, as vendasdo
varejo nacional devem recuar

12,7% no mês pelo conceito restri-
to e29,7% pelo conceito ampliado,
frente amarço, segundoprevisões
preliminaresdaMCMConsultores.
Para aconsultoria,aqueda deve
afetarespecialmenteosbensdurá-
veis, mesmo com famílias adqui-
rindomaisprodutosespecíficos
do segmento (aspiradores de pó e
batedeiras) devidoao maiortem-
podentrodecasa.
Segundo Isabela Tavares, analis-
ta da Tendências, as vendasdo va-
rejo ampliadodevemrecuar13,7%
em abril em relação a igualmês de


  1. Em março, ovolumede ven-
    das do setor por essabase de com-
    paração caiu 6,3%. Para ela, o im-
    pacto principalaté o momento
    vem da oferta. “O efeitodo desem-
    prego deverá aparecer nos próxi-
    mos dados do varejo, especial-
    mentenosegundosemestre.”
    O auxíliode R$ 600 do governo
    poderá contribuiremabril para
    queasvendasdehiperesupermer-
    cadostenhamainda desempenho
    melhor do que os demais setores,
    mas pouco ajudará em outrasati-
    vidades.“Comosãofamíliasdetra-
    balhadores informais, de menor
    renda,osrecursos não devem ser
    direcionadosaoutrosbens.”
    Étore Sanchez, economista-
    chefe da Ativa Investimentos,
    prevêquedade 44,7%das vendas
    peloconceitoampliadoemabril,
    na comparação ao mesmomês
    do ano passado.Além de isola-
    mentosocialterse estendido por
    todoomês, as vendasde hipere
    supermercados devem passar
    paraoterrenonegativo.
    Para maio, ele acreditaque a
    intensidadedaquedadasvendas
    podeser um poucomenor, gra-
    ças sobretudoao e-commercede
    bensduráveisesemiduráveis.Em
    junho, ele esperaque o afrouxa-
    mento das medidasde quarente-
    na possamcomeçara aparecer
    nosindicadoresdocomércio.


Fonte:IBGE* Índicede basefixacomajustesazonal(2014=100)

Ladeiraabaixo
Vendas do varejo têmquedasrecordesem marçocomcovid-1 9
Volumede vendasdo varejorestrito* Volumede vendasdo varejoampliado*

Combustíveise lubrificantes
Hiper e supermercados
Vestuário e calçados
Móveis e eletrodomésticos
Artigos farmaceuticose de perfumaria
Livros, jornais e papelaria
Material para escritório, informatica e comunicação
Outros artigosde uso pessoal e doméstico
Veículose motos
Material de construção

Março/Fevereiro (%)

Variaçãodas vendaspor setores

80

85

90

95

100

mar/
2016

abr/
2018

mar/
2020

93,

83,

85,

90,

95,

93,

-12,
14,
-42,
-25,
1,
-36,
-14,
-27,
-36,
-17,

Consumoem restaurantes


caiu64%no mêspassado,


mostra novo indicador


HugoPassarelli
De São Paulo

As medidas de isolamentoso-
cialparaconteroavançodonovo
coronavírusderrubaramo con-
sumoem restaurantesem março
e abril, mostra indicadorinédito
desenvolvidopela Fundação Ins-
titutode PesquisasEconômicas
(Fipe) e a bandeira de benefícios
Alelo. Tambémhouvequedanos
volumestransacionados em su-
permercados, maso valor das
comprasaumentou, um sinalde
que as famílias fizeram menos
idas aos estabelecimentos,mas
gastarammaisemcadaocasião.
Os doisindicadores compu-
tam o volumede comprase valor
dos gastosrealizados por traba-
lhadorescomcarteira assinada
querecebemvales-alimentaçãoe
refeição pela bandeira Alelo.
Também há levantamento da
quantidade de estabelecimentos
queregistraramastransações.
Em março, primeiromêsde
adoçãoda quarentena nas prin-
cipaisregiõesdo país, o Índice de
Consumoem Restaurantes (ICR)
caiu 22,2%e, em abril,63,7%, am-
bos na comparaçãocomigual
períodode 2019.Os valores mé-
dio desembolsados nas compras
tambémencolheram,em 19,8%e
48,4%,respectivamente.
“Mesmonos restaurantesque
seguiamabertos,o volumefatu-
radofoi muitomenorehouve
tambémumaquedaexpressiva
no valorgasto”, diz EduardoZyl-
berstajn,chefede pesquisae ino-
vaçãoda Fipe.Oindicadorserve
comouma“proxy”(aproxima-
ção) do desempenhodo fatura-
mentodosestabelecimentosedá
a dimensãode comoacrise atin-
giuosetordeserviços.
Já oÍndicede Consumo em Su-
permercados (ICS)mostroure-
cuo de 3,5%no volumede com-
prasem marçoede 12,5%em
abril,com altasde 9% e 6,7%no
valormédiodos gastos,todosna
comparaçãoanual.“O valorde-
sembolsado aumentou muito,
foi de fato umacorrida aos su-
permercados”, diz Zylberstajn,
lembrando os receiosda popula-
ção de que houvesserisco de de-
sabastecimentodealgunsitens.
Alémdo mergulhonaativida-
de dessesestabelecimentos,ain-
dicaçãoé que, mesmopassadaa
fase maisagudada crise, o retor-
no dos clientesserá lento. Isso
deveocorrer porque aretomada
de atividades presenciais será
graduale os consumidoresde-
vemficarmaiscautelosos.
A pesquisa confirmao cenário
desenhadopelamaioriadosana-
listas para anormalização da
economiaapósapandemia.O
consensohoje é de que partesig-
nificativado consumo e produ-
ção perdidosdurantea crise não
será retomada assimque a popu-
laçãopudervoltaràsruas.
“Asempresasvão retomaras
atividadesde formapaulativa,
mantendoboa partedos colabo-
radoresem homeoffice.Os res-
taurantes,quando voltarem a
abrirao público, provavelmente
vão adotar protocolosde distan-
ciamento,recebendomenospes-

soas ”, afirmaCesárioNakamura,
presidentedaAlelo.
Oresultadofinalé um cresci-
mentopotencial maisfracodo
ProdutoInterno Bruto(PIB)a
partirdo fim deste ano e em
2021,quandoéesperadaumare-
cuperação,ainda fraca,da ativi-
dade.Motor do modestocresci-
mentodos últimostrês anos, o
consumodas famíliastinha61%
de sua composição em serviços
no fim de 2019,contra15% em
2017,segundo oInstitutoBrasi-
leirode Economiada Fundação
GetulioVargas(Ibre/FGV).
A pesquisa também mostra
parciaisdiáriase quinzenais,o
que permite acompanharoim-
pactoda crise na cadeiraalimen-
tícia em temporeal. Na segunda
quinzenade março, oconsumo
em vales-refeiçãoda Aleloem
restaurantes caiu43,5%,queda
que ampliou-separa67,7% nos
primeiros15 diasde abril. Na
partefinal domês passado, abai-
xarecuoupara58,6%.
“Restaurantesquetinhamcen-
tenasde transações por dia eum
faturamentomuitomaiortive-
ram fortequeda”, diz Zylbersta-
jn. Tambémé possívelmedir o
quantoa paradeirada economia
levouao fechamento temporário
dos pequenosnegócios.No dia
31 de março, onúmerode esta-
belecimento com registro de
operaçõesera 45,6%menordo
que um ano antes.“É uma queda
brutal, metade dos estabeleci-
mentospararamde ter transa-
ções”, diz opesquisador. A queda
desacelerou no último dia de
abril, quandoa quantidadede
unidadesabertasera23%menor.
A leve recuperação do recuo
observadono fim de abriltam-
béméreflexoda adaptaçãoaos
novos tempos.“O delivery ajuda
aretomarum poucoesse terre-
no. Muitosrestaurantesfizeram
adaptaçãoem seuscardápios”,
afirmaNakamura. O executivo
tambémlembraque os aplicati-
vos de entregacomoRappi eiFo-
od passarama aceitar os tickets
de alimentaçãono pagamento
agoraque boa partedas famílias
fazasrefeiçõesemcasa.
Na análise diária, o estudo
identificou os primeirosefeitos
de isolamento nos restaurantesa
partirde 14 de março. A partir
daí, o impactonegativoécres-
centeaté o iníciode abril,mos-
trandoestabilizaçãoem seguida.
De16deabrilemdiante,háame-
nização do resultadoaté o últi-
modiadomêspassado.
Já nos supermercados, os efei-
tos da pandemiacomeçamaser
observados nitidamentea partir
de 20 de março, com reflexos so-
bretudonovolumeenúmerosde
estabelecimentos.Ocomporta-
mentodos valores, no entanto,
oscilaentrealtasequedas,prova-
velmente repetindoo movimen-
todosconsumidoresefimdesal-
dodosvale-alimentação.
“[A queda menosintensa ob-
servada nos supermercados] po-
de ser explicadapela manuten-
ção da operações dos estabeleci-
mentoscomerciaiscomoparte
do rol de serviços essenciais”,
concluiolevantamento.

IMPACTOSDO


CORONAVÍRUS


Fonte:FIPE,combaseem dadosda Alelosobretransaçõescombenefíciosde alimentaçãoe refeição

Serviçosemqueda
Consumidores reduziramrefeições e cortaram idas aos supermercados

Índicede Consumoem Restaurantes
Base100=médiaem janeirode 2018

20

40

60

80

100

120

Jan/18 Jan/19 Jan/20 Abr

37,

Volume de vendas Valor

100
54,

Índicede Consumoem Supermercados
Base100=médiaem janeirode 2018

80

100

120

140

Jan/ 18 Jan/19 Jan/20 Abr

88,

Volume de vendas Valor

100

107,

No Rio, ICMScede31%e acendealerta para folha de setembro


Gabriel Vasconcelos
Do Rio

A crise provocada pelo avanço
da covid-19 fez aprincipal fonte
de arrecadação do governodo
Rio, o Imposto Sobre Circulação
de MercadoriaseServiços (ICMS),
despencar 31% nasoito semanas
entre1odemarçoe25deabrilem
comparação comigual período
imediatamente anterior. Para
2020, a Secretaria de Fazenda do
Estado do Rio (Sefaz/RJ) projeta
umaperdade26%notributo.
Os números complicamasitua-
ção dos já combalidos cofresflumi-
nenses,ligando de vez o alertasobre

o risco de não pagamento da folha
deservidoresapartirdesetembro.
Comovaloresde ICMSsó ingres-
sam no caixado Estadoapartir do
dia 10 do mês seguinte,os efeitos
da criseiniciadaem meadosde
março recaíram sobreabril:núme-
ros preliminaresda Sefaz-RJindi-
cam que a arrecadaçãode abrilfi-
cou R$ 610 milhões abaixodo
montantepercebido com ICMSno
mesmomêsde2019.
Para maio, ogoverno estima
perda bem maior, de R$ 1,3 bilhão
ante igualmês de 2019. Aescalada
éexplicadapelofato de este ser o
primeiro cujo mês anterior experi-
mentou a política de isolamento

social em todosos seus dias. ASe-
faz-RJinforma que os valoresde
ICMSrelativos a cadasemanacaí-
ram do patamarde R$ 1bilhãopa-
raacasadosR$700milhões.
Orelatóriopartedenotasfiscais
eletrônicas e Conhecimentos de
Transporte Eletrônicos(CT-e), do-
cumento fiscalemitido por em-
presas transportadorasde merca-
dorias. A série de oito semanas al-
terna altas ebaixas na quantidade
e valor das notas, alémdo ICMSar-
recadado, mas aponta claro rebai-
xamentodetodosositens.
Na análisepor atividade, o co-
mércio atacadista teve queda de
37% no valor das notas fiscais nas

oito semanas entre 1ode março e
25 de abril, anteigual período
imediatamente anterior.Já no va-
rejo, os negócios registrados em
notas fiscais encolheram 41% na
mesmacomparação.
Oramo mais afetado no Rio foi o
de vestuário ecalçados, cujo valor
das notas fiscais despencou 82% no
período. Em seguida, vêmrestau-
rantes, bares, padarias elanchone-
tes,comreduçãode71%nasdeclara-
ções.Houve recuos, ainda, nosvalo-
res de nota fiscalem supermercados
(-27%) eem farmácias (-19%). No ca-
so da indústria fluminense, houve
quedade43% no valor das opera-
çõesregistradasemnotasfiscais.

Faturamentodo varejodiminuiu56%,apontaCNC


Gabriel Vasconcellos
Do Rio

As perdasdiretas impostas ao
comércio pela crisechegarama
R$124,7bilhõesentre15demarço
e 2de maio.Com isso, o fatura-
mento do varejoencolheu 56% em
relação aigual períodoimediata-
mente anterior, disse a Confedera-
çãoNacionaldoComérciodeBens,
ServiçoseTurismo(CNC).Segundo
aentidade, acrise podeeliminar
cercade 2,4milhões de postosfor-
maisnovarejoemtrêsmeses.
OeconomistadaCNCresponsá-
vel pelo levantamento, FábioBen-

tes,diz que, em qualquer cenário,
o inícioda retomadano setor só
deveocorrerem2021porqueode-
sempenho nos próximostrimes-
tresde2020serãocomprometidos
pelosefeitosdapandemia,mesmo
queadoençasejasuperada.
Bentes diz não ser possível fazer
estimativas precisas para o desem-
penhodo varejo no ano.Primeiro
porqueacurva de infecção ainda
crescede forma consistente. De-
pois porque está difícil dimensio-
nar os efeitos maisimediatos para
omercadodetrabalho.
“Há um apagão estatístico no
Caged [pesquisa do empregofor-

mal],que são fundamentais para
estimativa de comércio.Temosre-
latos de demissãoeredução de
renda sem precedentes,mas não
há estatísticasconfiáveis.”No fim
de 2019, o governo federal anun-
ciou mudanças na base de dados
do mercadoformal, com aintro-
duçãodoeSocial, sistemaeletrôni-
co de informações aser preenchi-
do pelo empregador. Comaspara-
lisações, entretanto, aentrega dos
dadostambémfoicomprometida.
As perdas do varejo chegaram a
R$ 23 bilhões na segunda semana
após o inícioda pandemia, mas
têmdiminuído gradativamente.

Na última semanapesquisada, o
prejuízofoideR$18bilhões.
Para Bentes, aintensificaçãode
estratégias alternativas, como e-
commerce,m-commerce,vendas
por aplicativos de redes sociais,
serviçosde delivery e drive-thru,
contribuiu parafrearas perdas.
Mas outrofator quepode ter con-
tribuído para oresultadoéame-
nor adesão ao isolamento social.
“No longo prazo, isso deve atrapa-
lhar muito, porqueprolonga a
agonia causadapela crise no setor.
Se isolamentosocial efechamento
do comérciorelaxam,vocêretarda
muitooiníciodaretomada.”

País aindaé umdosmaisviolentosdo mundo, diz OMS


Assis Moreira
De Genebra

OBrasil continuaa se destacar
comoum dospaíses maisviolen-
tos do mundoetambém por ter
serviçosdesaneamentoeabasteci-
mento insuficientes, conforme da-
dos divulgados ontem pela Orga-
nizaçãoMundialdaSaúde(OMS).
Globalmente, odiretor-geral
da OMS,TedrosAdhanomGhe-
breyesus,diz que aboa notíciaé
que as pessoas estão vivendo
maistempoe com melhorsaúde.
A má notíciaé que a taxa de pro-

gressoémuito lentaparaalcan-
çar os Objetivosde Desenvolvi-
mentoSustentáveis da ONU,que
visamreduzirpobreza,desigual-
dade,criseclimática,degradação
ambiental, além de promover
pazejustiçaaté2030.
Tedros apontaapandemiada
covid-19agoracomoumadas
causasdeperdassignificativasde
vidaseameaçaaosavançosepro-
gressosem direçãoaos objetivos
definidospelaONU. “A pande-
mia sublinhaa urgentenecessi-
dadeparatodosospaísesinvesti-
rem em fortessistemasde saúde

ecuidadosbásicosdesaúde.”
A OMSse baseiaem dadosde
2017,os maisrecentesdos seus
190 países-membros, parafazer
umaespéciede check-upanual
dosetordesaúde.
No Brasil, um destaqueconti-
nuaaserataxademortalidadepor
homicídio.Erade31,3mortespara
cada100 mil pessoas em 2016e
passoupara33,3mortesem2017.
A comparaçãono Brics, grupo
dos grandes emergentes,mostra
que na China a taxa é de 0,9, na Ín-
dia, de 3,9, na Rússia, de 9,1, e na
África do Sul, de 39,7. Globalmen-

te,ataxaéde6,3mortesporhomi-
cídioentre100milhabitantes.
Em 2017, mais da metade(51%)
da população brasileiranão tinha
acesso a serviços de saneamento
básicogerenciados com seguran-
ça, conforme a expressão da OMS.
Poroutrolado,adensidadedemé-
dicos no Brasilera de 21,6 por 10
mil habitantescomparado a 24
nas Américas, na média, e 15,6na
média global. A densidadede en-
fermeiras eparteiras era de 101,
por 10 mil habitantes,bem mais
que os 37,6 na média global e83,
nasAméricas.

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