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DE CIMA PARA BAIXO: ANTAGAIN, GETTY IMAGES/ISTOCKPHOTO; RICHARD KIRBY; JOE PETERSBURGER, NATIONAL GEOGRAPHIC CREATIVE
Baratas afastam picadas zombie
“Como não ser transformado num zombie.” Foi assim que o biólogo Kenneth Catania
intitulou o seu relatório sobre o parasitismo das baratas americanas por vespas-jóia. Se for
picada no cérebro, a barata segue a vespa para um buraco onde a vespa faz uma postura.
Depois, fecha o buraco, deixando a barata como alimento para a larva. No seu estudo, o
investigador percebeu que as baratas que se defenderam pontapeando vigorosamente
com as pernas evitaram as picadas em 63% das ocasiões.
GENÉTICA
O poder
das papoilas
Os seres humanos há
muito que extraem
morfina e codeína
das papoilas do
ópio. Mas de que
forma a evolução
dotou estas flores
de poderes
analgésicos? Não
foi simples. O DNA
da papoila revela
que, ao longo de
110 milhões de anos,
boa parte do seu
genoma duplicou
duas vezes, e
dois genes
suplementares
fundiram-se num
que é crucial para
a formação
do narcótico.
A descoberta
pode contribuir
para o melhor
conhecimento
dos opiáceos.
PLÁSTICOS
A CONTAMINAÇÃO
PROVÉM DE MINÚSCULAS
EMBALAGENS TÓXICAS
O OCEANO ESTÁ SOBRECARREGADO DE MICROFIBRAS
DE PLÁSTICO. E O PLÂNCTON CONSOME-AS.
O emaranhado de microfibras que se vê em cima tem menos de
quatro milímetros de diâmetro, aproximadamente o tamanho
dos pequenos organismos aquáticos conhecidos como plâncton.
Semanalmente o cientista Richard Kirby parte da costa de Ply-
mouth, em Inglaterra, com uma rede de arrasto enganchada ao
seu barco para recolher plâncton. Ultimamente, encontra quase
tanto plástico como plâncton. Estima-se que anualmente mais
de 600 mil toneladas de microfibras de plástico, libertadas durante
a lavagem de lãs, poliéster e outros tecidos sintéticos, cheguem
ao oceano. O plâncton pode comê-las ou ficar enredado nelas, e
os impactes ecológicos ainda não são conhecidos. “A nossa polui-
ção estendeu-se até ao fim da cadeia alimentar marinha”, diz
Kirby. “Alterámos o plâncton, causando efeitos que durarão sécu-
los ou milénios.”