Pelo Planeta
(^46) agosto/setembro 2018 Planeta fotoS: iStock Planeta abil/maio 2019 47
E
m linha reta, Cusco, no sudeste do Peru,
está a pouco menos de 580 quilôme-
tros da capital do país, Lima, e um voo
comercial até lá dura pouco mais de 40
minutos. Por terra, porém, a história é
muito diferente – vencer o acidentadís-
simo percurso de pouco mais de 1.000
quilômetros exige cerca de 14 horas, se tudo correr bem. A
explicação para tamanha diferença é simples: Cusco, a capital
do império inca, está em plena cordilheira dos Andes, 3.400
metros acima do nível do mar. Frequentemente o visitante
tem de recorrer ao famoso chá de coca para combater o mal da
altitude até se acostumar às condições locais. Quem pensaria
em criar o centro administrativo de um império numa região
dessas? Os incas pensaram. E, até os invasores espanhóis che-
garem, no século 16, tudo ia muito bem por lá.
Patrimônio Cultural da Humanidade desde 1983, Cusco
(“umbigo do mundo”, na língua quéchua) fica na parte norte
do vale do rio Huatanay, caracterizado pelas boas terras para a
agricultura – ali se cultivam ainda hoje milho, cevada, batata,
quinoa e chá, por exemplo – e por hoje extintos veios de ouro.
Capital geográfica e espiritual do império inca, ela abrigou to-
dos os 13 imperadores dessa civilização.
Segundo estudos arqueológicos, a área onde está Cus-
co era habitada 3 mil anos atrás. Já de acordo com as len-
A fortaleza de
Sacsayhuaman,
nas proximidades
de Cusco, é um
exemplo da
habilidade inca
de construir com
pedras
Vista do pátio
interno do
convento
fundado por
dominicanos no
Coricancha, ou
Templo Dourado