O Estado de São Paulo (2020-05-28)

(Antfer) #1

%HermesFileInfo:B-1:20200528:B1 QUINTA-FEIRA, 28 DE MAIO DE 2020 INCLUI CLASSIFICADOS O ESTADO DE S. PAULO


E&N


ECONOMIA & NEGÓCIOS


Pandemia faz País perder 1,1 milhão


de empregos formais em dois meses


Números do Ministério da Economia mostram o fechamento de 240,7 mil vagas com carteira assinada em março e de outros 860,5 mil


postos em abril, no pior resultado para o período desde o início da pesquisa, em 1992; secretário do governo fala em ‘copo meio cheio’


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PANDEMIA DO CORONAVÍRUS


● Resultado do Caged para meses de abril

VAGAS FECHADAS

FONTE: MINISTÉRIO DA ECONOMIA INFOGRÁFICO/ESTADÃO

-860.503
1992 1995 1999 2003 2007 2011 20152016 2019 2020

EM NÚMERO DE VAGAS

2

-1.000

-800

-600

-400

-200

0

200

400

Itamar FHC Lula Dilma Temer Bolsonaro

-63.175

305.068

Na crise, bares e restaurantes são os que mais demitem. Pág. B3 }


Prefiro perder


de 1 a 0


lSuporte
O volume da
ajuda compen-
satória dos
trabalhadores
formais e do
benefício dos
informais, pre-
vistos em
MPS, pode
chegar a
R$ 65 bilhões
mensais

O


ntem, com a divulgação dos da-
dos do Caged, verificamos que a
pandemia deixou 1,1 milhão de
trabalhadores desempregados, 3% dos
empregos do setor formal privado (não
houve nenhuma perda no setor público).
Não sei se o estrago poderia ter sido
evitado, mas tenho certeza que teria si-
do maior se não estivessem em vigor as
MPs 927 e 936. Em síntese, elas permi-
tem que, por meio de acordo individual,
as empresas suspendam o contrato de
trabalho e/ou reduzam proporcional-
mente a jornada e o salário. Permitem
ainda que antecipem férias, ajustem o
banco de horas e desloquem os emprega-
dos para trabalhar em casa.
Para fortalecer a posição dos trabalha-
dores na negociação, o governo aporta
uma “ajuda compensatória”, que man-
tém a renda dos que ganham até três sa-
lários mínimos. O resultado das duas
MPs é expressivo: até o momento, a ne-
gociação individual preservou emprego
e renda de 8,2 milhões. Por outro lado,
300 mil trabalhadores tiveram igualmen-
te emprego e renda preservados por
meio de negociações coletivas (de acor-
do com o Salariômetro da Fipe).
Porém, no segmento informal, no qual
os trabalhadores são muito vulneráveis,
a pandemia deixou repentinamente mui-
tos sem ocupação e sem renda. Para so-
corrê-los, as MPs criaram o benefício
emergencial de R$ 600. Tudo somado,
mantivemos 24% dos empregos formais
privados e 40% da massa de rendimen-
tos dos trabalhadores formais e infor-
mais do setor privado. Poderíamos ter
levado outro 7 a 1. Estamos perdendo só
de 1 a 0. Se aguentarmos até o intervalo,
dá para virar no segundo tempo.

]
PROFESSOR SÊNIOR DA FEA/USP E COORDENADOR
DO PROJETO SALARIÔMETRO DA FIPE

]
ANÁLISE: Hélio Zylberstajn

Amanda Pupo
Lorenna Rodrigues / BRASÍLIA


O Brasil fechou 1,1 milhão de
vagas com carteira assinada
em março e abril, segundo nú-
meros do Cadastro Geral de
Empregos e Desempregados
(Caged) divulgados ontem
pelo Ministério da Econo-
mia. Esse é o primeiro retrato
oficial do impacto da pande-
mia do novo coronavírus no
mercado de trabalho brasilei-
ro e levou economistas a pro-
jetarem para este ano o fecha-
mento de até 3,5 milhões de
postos formais – mais do que
o total perdido na crise de
2015 e 2016, quando o saldo
líquido acumulado nos dois
anos ficou negativo em cerca
de 2,8 milhões de vagas.
Em março, quando os efeitos
da crise começaram a ser senti-
dos, foram fechadas 240.702 va-
gas formais no País. O salto veio
em abril, com a perda de 860.503
postos, o pior resultado para o
mês desde o início da série his-
tórica da Secretaria Especial de
Trabalho e Previdência do Minis-
tério da Economia – em 1992.
Considerando os resultados de
janeiro e fevereiro (que, ainda a
salvo da crise, terminaram com
a abertura vagas formais), o sal-
do desde o início do ano está ne-
gativo em 763,2 mil vagas.


“A perspectiva é de impacto
que deve repetir a crise de 2015 e
2016 em um ano só. Mas as crises
são diferentes. Em 2015 e 2016, a
economia foi contaminada aos
poucos, com efeito na receita
das empresas e nas demissões
de forma gradual. Agora, o im-
pacto é concentrado e abrupto”,
disse o economista Cosmo Do-
nato, da LCA Consultores.
Ele acrescentou que o gover-
no deveria agir para salvar as em-
presas, evitar falências, sob o ris-
co de uma crise mais profunda
este ano e ausência de recupera-
ção em 2021. Na LCA, segundo

Donato, as discussões são de
que seriam necessárias linhas de
crédito com juros subsidiados
para as companhias.
O Brasil registrou a primeira

morte pelo vírus no dia 17 de mar-
ço. Para evitar a propagação rápi-
da da doença e o colapso do siste-
ma hospitalar, governos adota-
ram medidas de restrição e isola-

mento social, incluindo o fecha-
mento de parte do comércio e de
fábricas.

‘Meio cheio’. Mesmo em um ce-
nário de queda do PIB de cerca
de 5% este ano e de recuperação
em torno de 3% em 2021, Donato
acredita que a destruição líquida
de vagas formais deve continuar
até meados do ano que vem. Pa-
ra o ano todo, a expectativa atual
é de saldo positivo de apenas
100 milhões de postos.
O secretário especial de Previ-
dência e Trabalho, Bruno Bian-
co, disse que o “copo está meio
cheio” e que empregos estão sen-
do preservados com medidas co-
mo suspensão de contratos e re-
dução de jornada e salários, que
já atingem mais de 8 milhões de
brasileiros. “Desemprego não é
algo para comemorar, a preser-
vação de empregos sim. O copo
está meio cheio, estamos preser-
vando emprego e renda”, afir-

mou. “O Brasil está conseguin-
do preservar empregos, mas não
manter nível de contratação.”
Bianco avaliou que o impacto
do coronavírus foi, até momen-
to, menor do que o visto em ou-
tros países, como os EUA. Lá, po-
rém, o seguro-desemprego é o
principal instrumento assisten-
cial para quem fica sem traba-
lho. No Brasil, o governo criou o
auxílio emergencial de R$ 600
para 56,6 milhões de desempre-
gados, informais e autônomos.
Para Sílvio Paixão, da Funda-
ção Instituto de Pesquisas Con-
tábeis, Atuariais e Financeiras
(Fipecafi) da USP, as empresas
já vinham com dificuldades an-
tes da crise do coronavírus. “O
Brasil vinha lutando para vencer
os impactos da crise anterior.
Quando estava começando a pa-
rar de escorregar, veio a pande-
mia.” / COLABORARAM THAÍS
BARCELLOS E FRANCISCO CARLOS DE
ASSIS
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