Aero Magazine - Edição 314 (2020-07)

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MAGAZINE 314 | (^59)
767 E 757
Até mesmo alguns aviões que são
considerados “burros de carga” e
que formaram a espinha dorsal
das linhas de média capacidade e
médio curso de diversas empresas
aéreas, como é o caso dos Boeing
767 e 757, encontraram um final
da carreira abreviado graças
ao coronavírus. A American
Airlines utilizou por vários anos
os 767 em suas principais linhas
domésticas, e previa retirar os
últimos 16 bimotores de serviço
em meados de 2021. Mas, ainda
em março, anunciou o fim de
suas operações com o modelo. O
mesmo ocorreu com a Air Ca-
nada que, em maio último, tirou
de serviço todos os 767, inclusive
aqueles operados pela Rouge, sua
subsidiária.
Considerados imbatíveis em
diversas rotas domésticas, nem
mesmo os 757 foram poupados.
A American já anunciou sua
paralisação e espera encerrar seus
voos até 2021. A United Airlines
também já prepara o fim dos voos
com os 757 e 767, incluindo a
série -400 do último, assim como
o encerramento da operação com
seus A320.
É usual que empresas aéreas
sejam obrigadas a retirar de servi-
ço aeronaves mais antigas ou me-
nos eficientes durante crises mais
graves, como já havia ocorrido
com os veteranos DC-10 no pós-
11 de Setembro, ou com os A300,
os 737 Classic e os MD-11 nos
meses seguintes à crise de 2008.
O cenário atual mostra que nem
mesmo aeronaves relativamente
modernas, como o A380 e o 777,
irão escapar dessa reestruturação
maciça que está tomando conta da
aviação regular no mundo.
BRASIL
No Brasil, as empresas aéreas
nacionais mantiveram o plane-
jamento da frota com poucas
alterações. A exceção foi a
Latam, que poderá adiantar
a retirada de serviço de seus
modernos A350 e de alguns avi-
ões da família A320 ainda com
poucos anos de uso. Em relação
aos A350, um dos motivos é seu
elevado valor de mercado e a
decepcionante recuperação do
mercado internacional brasilei-
ro, abalado por crises econô-
micas e políticas que assolam o
país desde 2013. Embora menos
avançados, os 777-300ER têm
custos menores e se tornaram
mais adequados à realidade
atual da companhia. Até mesmo
a Azul, que havia encomendado
originalmente o A350, optou
por receber os modernizados
A330neo. Uma decisão que
ocorreu vários meses antes da
pandemia, mas que seria ine-
vitável caso já não tivesse sido
tomada.

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