Banco Central do Brasil
Valor Econômico/Nacional - Finanças
sexta-feira, 31 de julho de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Produto Interno Bruto
Dólar e bolsa têm leve queda após
dados globais de atividade
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Autor: Marcelle Gutierrez, Marcelo Osakabe,
Victor Rezende e Ana Carolina Neira
As preocupações em torno da recuperação da
atividade econômica global deram o tom aos
mercados no Brasil, após a divulgação do
Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados
Unidos e da Alemanha.
O sentimento de cautela levou o investidor a
buscar proteção no dólar, que chegou a subir
0,8%, na máxima de R$ 5,216. A aversão ao
risco arrefeceu ao longo do pregão e o dólar
fechou em baixa de 0,33%, a R$ 5,1577.
No Ibovespa, o cenário mais negativo vindo do
exterior resultou em uma queda de 1,6% na
mínima do dia e segurou o desempenho de
papéis de peso no índice após a divulgação de
balanços do segundo trimestre de 2020, como
de Va l e , Bradesco e Ambev. Após ajustes, o
Ibovespa fechou em baixa de 0,56%, aos
105.009 pontos.
A mínima do Ibovespa foi atingida no início do
pregão, em linha com as bolsas em Nova York,
pressionado pela queda de 32,9% do Produto
Interno Bruto (PIB) dos EUA e de 10,1% da
Alemanha.
O resultado negativo do desempenho das
economias americana e alemã já era esperado,
em função do impacto da pandemia. Em um
primeiro momento, entretanto, os dados
despertaram uma aversão ao risco pelo fato de
a queda do PIB alemão ter vindo acima do
esperado, de contração de 9%, e pelo
americano ter sido o pior desde a Grande
Depressão de 1929.
O tombo da economia americana, no entanto,
acabou ligeiramente menor que a expectativa
dos agentes, que esperavam contração de
34,7%.
Para o estrategista-chefe do Mizuho para o
Brasil, Luciano Rostagno, os dados ligeiramente
melhores que o esperado nos EUA ajudaram a
limitar o avanço da moeda americana no Brasil.
“É preciso lembrar que o real é a moeda que
mais se desvalorizou no ano, então notícias
positivas tendem a favorecer mais a nossa
moeda que outras emergentes.”
Henrique Esteter, analista da Guide
Investimentos, explica que no caso do Ibovespa
as notícias fracas do exterior tiveram impacto
direto, embora resultados corporativos