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Correio Braziliense/Nacional - Opinião
sábado, 1 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

A cara de uma universidade pública


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Autor: » LUCIO RENNÓDiretor do Instituto de
Ciência Política da UnB

Nas primeiras semanas de junho, a Pesquisa
Social da Universidade de Brasília coletou
informações de mais de 25 mil membros de sua
comunidade por meio de questionários
disponibilizados on-line, por e-mail e por
telefone. Foi a primeira do gênero, com ampla
cobertura dos três setores da universidade:
técnicos, discentes e docentes.

A pesquisa está inserida nas ações de
enfrentamento da pandemia da covid-19,
visando instruir o planejamento de curto prazo
da universidade. Contudo, a Pesquisa Social é
mais do que isso: é patrimônio da UnB,

registrando o perfil e condições
socioeconômicas dessa população. Permitirá,
portanto, seu uso continuado nas atividades
futuras de gestão e na realização de estudos
sobre ensino superior no Brasil.

A pesquisa deve ser entendida como um mapa
do perfil das pessoas que dão vida à UnB.
Sobre alunos e professores, um aspecto salta
aos olhos. Enquanto o perfil dos estudantes é
extremamente heterogêneo, com características
variadas de renda, cor da pele/etnia, gênero e
local de moradia, o dos professores é bastante
homogêneo, concentrado desproporcionalmente
em pessoas brancas, de renda média alta e
residentes nas áreas centrais do Distrito
Federal.

Ou seja, a UnB tornou-se mais inclusiva em seu
corpo discente, espelhando melhor a realidade
social brasileira, mas não em seu corpo
docente. Por um lado, isso é fruto de políticas
de ampliação do acesso ao ensino superior
como a diversificação das formas de ingresso,
abertura de mais câmpus, de mais cursos e do
turno noturno, adoção de cotas de vários tipos e
ampliação da assistência estudantil. Por outro,
demonstra que precisamos pensar mais sobre
inclusão na carreira docente.

Dentre os estudantes que preencheram o
questionário, 49% identificam-se como tendo cor
da pele preta ou parda frente a 25% entre
professores; 57% se definem como mulher,
enquanto essas são 48% no corpo docente;
48% dos discentes não têm plano de saúde,
enquanto 90% dos professores o têm; a grande
maioria dos estudantes (80%) mora em regiões
administrativas outras que o Plano Piloto, Lago
Sul e Lago Norte, onde vivem 68% dos
professores. Mais: 74% dos alunos dependem
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