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Banco Central do Brasil


Revista Exame/Nacional - Noticias
quinta-feira, 30 de julho de 2020
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DEMOGRAFIA - Em crise eterna,


Brasil perde chance de ficar rico antes


de ficar velho


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Autor: João Pedro Caleiro, Fabiane Stefano e
Alex Halpern

O seu futuro. O que ainda pode ser feito para
evitar o pior
O ano era 1981. Chevettes e Voyages
circulavam pelas ruas brasileiras, Baila Comigo,
de Rita Lee, bombava nas rádios e a ditadura
militar se encaminhava para seu ocaso. Não se
sabia na época, mas aquele acabaria sendo o
ano no qual mais pessoas nasceram em
território brasileiro.

Quase 40 anos depois, o resultado é um
momento único na história do país e que deveria
ser motivo de comemoração: estamos no auge
de nosso bônus demográfico.

Isso significa que nunca foi tão baixa a razão de
dependência: a relação entre os chamados
dependentes — crianças, adolescentes e idosos
— e aqueles em idade para trabalhar. Isso
aconteceu por causa de uma rápida transição
demográfica.

Nos anos 1960, cada mulher brasileira tinha, em
média, seis filhos. Hoje, o número está abaixo
de dois, o mínimo necessário para manter a
população estável. A pirâmide etária do país,
que antes tinha um formato egípcio com uma
base muito larga, engordou no meio.

Como o crescimento da economia é definido
basicamente pelo número de pessoas que
trabalham multiplicado por quanto cada uma
produz, nada melhor do que ter o máximo de
gente em plena capacidade produtiva. O
problema: não há empregos.

“Estamos num instante singular, que só
acontece uma única vez na história de qualquer
país”, diz José Eustáquio Alves, professor na
Escola Nacional de Ciências Estatísticas, do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). “Mas chegamos ao melhor momento do
bônus demográfico com uma conjuntura
econômica muito ruim.” Ou seja, o país está
desperdiçando a oportunidade de enriquecer
antes de sua população envelhecer.

Ele calcula que o melhor momento demográfico
para o Brasil tenha sido entre os anos de 2015 e
2020, justamente o período marcado por uma
crise que parece eterna. Primeiro veio o
crescimento zero de 2014, depois a grande
recessão de 2015 e 2016, com uma queda
acumulada de quase 8% do produto interno
bruto, seguida pela tépida retomada entre 2017
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