Banco Central do Brasil
Revista Exame/Nacional - Estados Unidos
quinta-feira, 30 de julho de 2020
Banco Central - Perfil 1 - FMI
ESTADOS UNIDOS - Biden na Casa
Branca
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Autor: Carla Aranha, Ernesto Yoshida
Caso confirme a vantagem das pesquisas
eleitorais, o democrata terá a chance de mudar
a política americana em várias áreas, com
implicações para o Brasil
A menos de 100 dias da eleição presidencial
nos Estados Unidos, o cenário nebuloso criado
pela pandemia de covid-19 e pela recessão
permite que os americanos tenham uma única
certeza: vão escolher o inquilino da Casa
Branca mais velho da história do país. A disputa
está entre o republicano Donald Trump, de 74
anos, que busca seu segundo mandato, e o
democrata Joe Biden, de 77 anos (ele fará 78
em novembro). No momento, as pesquisas
indicam uma vantagem para o mais veterano
dos candidatos. É a terceira vez que Biden tenta
chegar à Presidência. Na primeira, na eleição de
1988, desistiu da candidatura depois de admitir
que havia plagiado um discurso de campanha.
Na segunda vez, em 2008, faltou fôlego para
chegar até o final, mas, como consolação, foi
escolhido para ser o vice do presidente Barack
Obama. Agora, em sua terceira tentativa, Biden
tem grande chance de finalmente ocupar a Casa
Branca e promover mudanças no país — com
reflexos para o mundo e, claro, para o Brasil.
A possibilidade de vitória de Biden tem
preocupado grandes investidores, que em geral
veem Trump como mais amigável aos negócios.
Em seu governo, o republicano cortou
aproximadamente 2 trilhões de dólares em
impostos e viu o índice S&P 500, o principal
indicador do mercado acionário americano, subir
mais de 45%. Caso seja reconduzido ao cargo,
Trump promete levar adiante o plano de reduzir
a carga tributária para estimular a recuperação
da economia. Por sua vez, Biden, que mal tem
saído de sua casa no estado de Delaware,
assistindo de camarote aos problemas
enfrentados pelo adversário por causa do
avanço da covid-19, tem uma visão diferente da
economia. O candidato democrata promete
elevar a carga tributária das empresas, de 21%
para 28%, e taxar as grandes fortunas. O
aumento dos impostos seria necessário para
compensar os maiores gastos em áreas como
saúde, educação e habitação. Biden também
quer lançar um pacote de 700 bilhões de
dólares para impulsionar a indústria americana e
os investimentos em pesquisa e inovação. “O
governo deveria usar o dinheiro pago pelos
contribuintes para criar empregos nos Estados
Unidos e incentivar a demanda por produtos
americanos”, afirmou Biden.