Clipping Banco Central (2020-08-01)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Revista Época/Nacional - Notícias
sexta-feira, 31 de julho de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

má ideia andar na mesma raia que o zero dois,
alcançando uma proximidade com a família
Bolsonaro que acabou lhe garantindo, apenas
dois anos depois, 120 mil votos a deputado
federal.


Os likes ligaram De Paula aos Bolsonaros — e
dois episódios foram marcantes nessa
trajetória. Em setembro de 2017, De Paula fez
uma publicação no Facebook insinuando que a
cantora Anitta se comportava como garota de
programa e fazendo ofensas verbais a ela. A
própria cantora decidiu responder às ofensas, o
que fez a postagem viralizar e o nome de De
Paula ganhar notoriedade, não
necessariamente por uma boa causa. Foram
mais de 30 mil reações, 11 mil
compartilhamentos e milhares de comentários.
No segundo episódio, em julho de 2018,
quando a Câmara Municipal votava a abertura
de um processo de impeachment contra
Marcelo Crivella, De Paula — à época aliado
ao prefeito — subiu à tribuna para defendê-lo.
A forma como gesticulou, aludindo a trejeitos
atribuídos a gays, fez com que ele recebesse
críticas do vereador David Miranda (PSOL),
que acusou o colega de fazer uma “dancinha
homofóbica”. “Aí começou essa minha carreira
política. Acabei sendo visto como político de
extrema-direita por conta dessas posições. Mas
estou longe de ser extremista”, disse, sem
negar a satisfação com a notoriedade
alcançada. “Negativo não foi”, afirmou ele. “Sou
um político de opinião. Esses episódios
acabaram polarizando meu nome, embora não
retratem aquilo que eu sou.”


Por meio de Carlos Bolsonaro, vídeos dessas e
de outras performances de De Paula na tribuna
do Palácio Pedro Ernesto chegaram às redes
sociais de Jair, que passou a compartilhar os
feitos do novo aliado. Eleito e já em Brasília, De
Paula multiplicou a frequência de posts, vídeos
e lives em defesa de Bolsonaro e carregados


de críticas à esquerda, a supostos partidários
da “ideologia de gênero” e a responsáveis pela
“doutrinação” de crianças e jovens. Ou seja,
toda a agenda que aquece o bolsonarismo. Em
um ano e meio de governo, De Paula mostrou
orgulhoso cada uma das reuniões e viagens
com o presidente — uma delas, para Três
Corações, Minas Gerais, chegou a ser
transmitida quase integralmente pelo deputado
em repetidas lives em seu Facebook. “Sempre
ouvi dizer que político, depois que se elege,
some. Eu não quero ser assim”, disse.

A rotina de adulação virtual, contudo, ainda não
garantiu o prêmio que De Paula mais almeja: o
apoio de Bolsonaro para concorrer à prefeitura
do Rio, contra Crivella. Em dezembro do ano
passado, quando ainda buscava a bênção do
presidente na sucessão ao prefeito, De Paula
se dirigiu ao camarote do Maracanã onde
Bolsonaro assistia a uma goleada do Flamengo
sobre o Avaí. Ele pediu para tirar uma foto com
o presidente e, para isso, sentou-se numa
cadeira a seu lado, onde estavam aliados de
primeira ordem, como o ministro da Economia,
Paulo Guedes, e o deputado federal Hélio
Lopes (PSL-RJ). Permaneceu ocupando a
cadeira durante todo o primeiro tempo.
Posturas invasivas como essa, disse um dos
presentes, passaram a incomodar o clã
presidencial — que, até o momento, não vê
qualquer hipótese de avalizar o nome do
deputado para a candidatura e caminha para
apoiar Crivella.

Sem o apoio de Bolsonaro e ainda sem a
chancela do PSC para se candidatar, De Paula
tem recorrido a outros partidos em busca de
guarida. Tentou o PRTB de Levy Fidelix, sem
sucesso, foi aconselhado a buscar o Patriota e,
por último, foi bater à porta do PTB, do
neobolsonarista Roberto Jefferson, que já
decidiu que lançará sua filha, a ex-deputada
Cristiane Brasil, à prefeitura do Rio. Após o
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