Banco Central do Brasil
Revista Valor Setorial/Nacional - Noticias
quinta-feira, 30 de julho de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Produto Interno Bruto
nutrientes animais somou 18,5)2 milhões de
toneladas, mais 4,3% em relação à do mesmo
intervalo de 2019, desempenho que levou a
imaginar um bom prognóstico para 2020. Mas o
cenário mudou devido aos efeitos da
quarentena.
“Além do fechamento do food Service,
representado por bares, restaurantes e
lanchonetes, o consumidor que está em casa
aumentou o número de refeições no lar, mas
passou a variar ou a substituir a proteína
animal. Ou seja, a gastar menos”, diz Ariovaldo
Zani, vice-presidente executivo do Sindirações.
Segundo ele, é consenso que a recessão será
global, que o Produto Interno Bruto (PIB) per
capita cairá no mundo e o consumidor passará
a comprar menos proteína animal. "Neste caso,
menos milho e farelo de soja, necessários para
alimentação de animais, contribui para o
arrefecimento dos preços, fenômeno
incrementado pelo efeito da crise do petróleo,
que desestimulou o consumo de etanol de
milho.”
Para Zani, os preços da ração animal em
dólares devem arrefecer, motivo pelo qual fica
difícil estimar agora “se esse recuo
compensará a desvalorização abissal” do real.
"De toda forma, um cenário que pode ser
construído é que a menor demanda de proteína
animal pode resultar em menor quantidade de
ração a ser produzida.”
Ele avalia que a desvalorização do real nos
últimos 12 meses, em torno de 40%, favoreceu
a cadeia agropecuária exportadora de grãos e
de proteína animal, mas inflacionou o preço do
milho, da soja e de outros itens como
vitaminas, enzimas e alguns aditivos que o
Brasil importa.
“O milho, que custava R$ 41 a saca de 60
quilos em junho de 2019, estava valendo R$ 50
em junho deste ano. A tonelada do farelo de
soja, que era vendida a R$ 1.247, passou para
R$ 1.765. É flagrante reparara influência do
câmbio, porque no mesmo período o preço em
dólares [cents/bushel] do milho retrocedeu 25%
e o da soja, 3%”, afirma Zani.
Apesar de um cenário menos promissor ao
estimado no início do ano, empresas como a
multinacional holandesa DSM mantêm suas
metas de crescer entre duas e duas vezes e
meia acima do desempenho do mercado.
Segundo Augusto Adami, vice-presidente de
nutrição e saúde Animal para América Latina
da companhia, o mercado de ração animal tem
crescido entre 1,5% e 2% nos últimos anos.
“Quando falamos de produtos de inovação e
especialidades nutricionais, este número
cresce para quatro vezes ou mais acima do
desempenho do mercado. Para isso,
investimos em soluções de alto desempenho,
propondo mais proximidade e agilidade de
acordo com as necessidades em cada setor”,
diz Adami.
Segundo ele, a média de crescimento anual da
DSM no Brasil é de 8,1%, sendo que o negócio
de avicultura corresponde a cerca de 70%do
total de suas vendas no país. “Apesar do
cenário desafiador, nossa expectativa em 2020
é manter o crescimento de pelo menos dois
dígitos obtidos nos últimos anos. Para isso,
estamos introduzindo novas tecnologias e
investindo na força de vendas.
A indústria de produtos veterinários, entretanto,
foi pega pela quarentena justamente no
momento de pré-campanha de vacinação para
febre aftosa, raiva, brucelose e clostridiose.
Emílio Salani, vice-presidente executivo do
Sindicado Nacional da Indústria de Produtos
para Saúde Animal (Sindan), lembra que os