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Revista Veja/Nacional - Carta ao Leitor
sexta-feira, 31 de julho de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas
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Autor: Da Redação
Com o desmatamento, faturam apenas os que
agem à margem da lei à custa da destruição de
um patrimônio mundial, com enorme prejuízo
para o país
Nascido em Mimoso, em Mato Grosso, o
sertanista Cândido Mariano da Silva Rondon
realizou nas primeiras décadas do século XX o
épico trabalho de apresentar aos brasileiros um
Brasil pouco conhecido. A instalação das
estações de telégrafos na Amazônia tinha como
objetivo pavimentar um tipo de ocupação na
qual a chegada do progresso estava
condicionada ao respeito aos indígenas e ao
meio ambiente. Brilhante e vanguardista, a
filosofia do Marechal Rondon deveria ser
seguida como mantra por todos aqueles que
exploram a região. Lamentavelmente, não é o
que ocorre. Grileiros e alguns fazendeiros
inescrupulosos avançam com apetite enorme
sobre a mata usando brechas da lei,
aproveitando-se das fragilidades de fiscalização,
ainda mais precária em tempos de governo
Bolsonaro, que tem demonstrado até aqui um
descaso inexplicável com um assunto de
tamanha importância. Não por acaso, o Brasil
vivencia números recordes de desmatamento e,
como reflexo direto disso, colhe uma reprovação
constrangedora perante a comunidade
internacional. O problema, evidentemente, não
gera apenas estragos de imagem. Em um
mundo no qual há uma crescente e justa
preocupação com o tema, consumidores e
investidores vêm exigindo de governos e
empresas responsabilidade com a preservação
ambiental. Hoje, toda a cadeia de fornecedores
de matérias-primas dos países produtores é