Clipping Banco Central (2020-08-02)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Folha de S. Paulo/Nacional - Ilustríssima
domingo, 2 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Reforma da Previdência

ocorrendo no Brasil.
Maior exemplo tem sido a completa
inviabilização da agenda conservadora no
Congresso. Exemplos recentes foram a
decisão do STF de conceder a estados e
municípios a prerrogativa de impor medidas de
isolamento social e a recente devolução, pelo
presidente do Senado, da MP que concedia ao
ministro da Educação a prerrogativa de nomear
reitores de instituições federais de ensino
durante a pandemia.
Tem sido o governo recordista em caducidade
de medidas provisórias e vetos derrubados,
recorde que fez o cientista político Fernando
Limongi caracterizá-lo como um tipo de
"presidencialismo de desleixo”.
Dizer que as instituições funcionam não
significa concordar com toda e qualquer
decisão tomada, seja pelo Congresso, seja
pelo STF. Ainda é cedo para um julgamento
definitivo, mas é preciso prestar atenção aos
desdobramentos do inquérito das fake news
ora em curso, sob condução do STF, tanto no
que diz respeito à forma como foi instaurado,
como em sua abrangência e seu potencial risco
ao princípio constitucional da liberdade de
expressão.
A democracia liberal é avessa à proibição
estatal do dissenso. É preocupante assistir à
atuação de grupos que defendem pautas
autoritárias, em diversas direções. Sua atuação
reflete, antes de qualquer coisa, a permanência
de cultura despótica na base da sociedade
brasileira.
Esses grupos devem ser combatidos com o
aso da razão e no plano da política, mas não
ao preço do livre exercício da opinião. É
preciso estabelecer, aqui, uma fronteira clara: a
expressão de idéias, por odiosas que sejam,
deve ser livre; a ação que envolva risco
objetivo às instituições, porém, não é algo que
a democracia possa aceitar.
O país está diante de um enorme conjunto de
desafios. O maior deles é produzir um debate


público sem exclusões e superar a lógica da
guerra política permanente. Nossa democracia
tem se mostrado mais forte e inclusiva do que
boa parte das análises parece disposta a
reconhecer.
O país demanda uma nova convergência
reformista em tomo de idéias que tragam
crescimento econômico, liberdade e inclusão.
O papel dos liberais e democratas é ajudar a
construir essa agenda. É recusar a estridência
estéril típica do mundo digital e os rótulos
anacrônicos que, à esquerda e à direita,
incentivam uma polarização sem nenhum
futuro.
Elena Landau, economista e advogada,
presidente do conselho acadêmico do Livres;
Fernando Schüler, cientista político, professor
do Insper e colunista da Folha; Leandro Piquet
Carneiro, professor do Instituto de Relações
Internacionais da USP; Samuel Pessôa,
pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia
(FGV), sócio da consultoria Reliance e
colunista da Folha
Bolsonaro é o resultado de um processo de
polarização política da sociedade muito anterior
a sua eleição. A raiz contemporânea desse
fenômeno remonta à retórica violenta da
esquerda à época imediatamente anterior de
sua chegada ao poder, com o “Fora, FHC”

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central -
Perfil 1 - Reforma da Previdência, Banco
Central - Perfil 1 - Paulo Guedes
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