Clipping Banco Central (2020-08-07)

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Banco Central do Brasil


O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
sexta-feira, 7 de agosto de 2020
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CELSO MING O desemprego vai


aumentar


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Os números do mercado de trabalho que fazem
parte do "prontuário" levantado pela Pnad
Contínua, do IBGE, pioraram no trimestre móvel
abril-maio-junho em relação aos três meses
anteriores. Mas são melhores do que os
esperados pelos analistas.

Aqui vão algumas dessas estatísticas: no
período, a taxa de desocupação saltou de
12,2% para 13,3%. A população ocupada é de
83,3 milhões, a mais baixa desde 2012, quando
as pesquisas começaram a ser realizadas. Há
77,8 milhões que não fazem parte da força de
trabalho, número também recorde. A população
desalentada, que desistiu de procurar emprego,
aumentou 19,1%. E o número de pessoas que

trabalham por conta própria caiu 10,3%. Esse
último dado é indicação de que os autônomos
ficaram em pior condição, porque não contaram
com os estímulos que beneficiaram os
trabalhadores com carteira assinada.

A situação só não foi pior graças aos estímulos
do governo. A Medida Provisória 936/2020, por
exemplo, permitiu por quatro meses redução de
salários a partir de 25% com cláusula de seis
meses de estabilidade no período, o que evitou
maior aumento do desemprego. A reclusão
imposta pela política de controle da pandemia
manteve muita gente em casa e, portanto,
incapacitada de procurar emprego. O auxílio
emergencial, lançado em abril, contribuiu para
que muitos adiassem a procura do que fazer.

Os mesmos fatores que impediram a queda
mais acentuada da desocupação devem agora
agir em sentido contrário. A força da MP, agora
convertida em lei com vigência até dezembro,
começa a se esgotar; os auxílios emergenciais
chegaram ao limite da capacidade fiscal do
governo. As pessoas estão se cansando da
reclusão e vêm se aventurando em busca de
uma ocupação qualquer, apesar do recorde de
infectados e da marca de quase 100 mil mortes
pelo novo coronavírus no País. Isso sugere que
a desocupação deverá aumentar no segundo
semestre, mesmo com certo aumento da
atividade econômica.

O setor de serviços continua desempregando. O
comércio varejista, por exemplo, verificou que o
fraco movimento quase não justifica a abertura
de lojas e, portanto, pressiona por mais
dispensas de pessoal. Se antes da pandemia o
empresário ainda não estava convencido de que
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