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Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Finanças
sexta-feira, 7 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Reforma da Previdência

Tesouro espera voltar a alongar dívida


pública


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Autor: Victor Rezende De São Paulo

A estratégia do Tesouro Nacional de encurtar o
perfil da dívida pública, com um vencimento
elevado de títulos em 2021, traz riscos no curto
prazo. Mas características próprias do mercado
brasileiro e o uso de caixa devem ajudar no
refinanciamento da dívida. É o que afirma o
subsecretário da dívida pública do Tesouro,
José Franco Medeiros de Morais, em entrevista
concedida ao Valor. Considerando os leilões
feitos até 4 de agosto, o total de vencimentos
previsto para o ano de 2021 é de
aproximadamente R$ 893 bilhões.

Para Franco, com a ausência da pressão de um

aumento expressivo do déficit primário em 2021,
“o Tesouro deve captar recursos para o
financiamento e voltar a alongar [o perfil da
dívida]”.

Ao justificar a opção pelo encurtamento, ele
aponta para a inclinação da curva de juros, com
as taxas de longo prazo em níveis bem mais
elevados do que as taxas de curto prazo. “Emitir
títulos longos está muito mais caro. Do ponto de
vista de custo, faz sentido emitir títulos mais
curtos. É uma escolha entre custo e risco, já que
títulos curtos têm custo menor, mas têm risco
maior”, afirma.

Franco diz que o Tesouro tem optado pelos
papéis mais curtos também por causa das
condições financeiras, “já que o título mais longo
acaba pressionando a curva de juros brasileira,
que é uma das mais inclinadas do mundo”.

Apesar dos riscos que envolvem o
encurtamento do perfil da dívida, Franco pontua
que o investidor local, que detém a maior parte
da dívida brasileira, tem um viés mais voltado
para o ambiente doméstico. “Eles tendem a ficar
em casa e a manter os ativos no Brasil”, o que o
subsecretário vê como um fator positivo para
ajudar no refinanciamento do Tesouro mais
adiante.

O coordenador-geral de operações da dívida
pública, Luis Felipe Vital, aponta, também, para
a demanda por títulos de mais curto prazo. “Do
ponto de vista dos investidores, há uma
preferência pelos papéis mais curtos. Existe
esse ‘match’ com a preferência dos investidores
de, neste momento específico, carregar menos
risco de taxa de juros.”

Franco, por sua vez, lembra que o investidor
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