Clipping Banco Central (2020-08-07)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Eu & Fim de Semana
sexta-feira, 7 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

mesmo à revelia deles. As inevitáveis
contradições nas mensagens enviadas a uns e
a outros continuarão, de qualquer forma,
invisíveis aos olhos das mídias e do público
geral”, argumenta Da Empoli, conselheiro do
ex-primeiro-ministro italiano Matteo Renzi.


Devidamente regulamentadas, diz o autor, as
redes sociais não são um instrumento exclusivo
de mistificação. Podem ter a importância que o
rádio teve, na era de Franklin Roosevelt, de
combinar uma visão da política com uma forma
diferente de se comunicar politicamente para
impedir o triunfo dos populistas. “Roosevelt se
elegeu três vezes fazendo as famílias chorarem
no rádio. Biden está sendo capaz de mobilizar
o sentimento de que a América é uma só”, diz
Spektor.


Em meio à repaginação das redes sociais, a
emergência da pandemia fez com que a
imprensa readquirisse centralidade como fonte
de informações corretas que salvam vidas. “A
curadoria da informação ganhou relevância”,
diz a jornalista Patrícia Campos Mello, no
recém-lançado, em “A Máquina do Ódio”
(Companhia das Letras, 2020). Tanto nos
Estados Unidos, quanto no Brasil.


Patrícia coteja pesquisas de opinião no Brasil e
nos Estados Unidos e conclui que a corrosão
da confiabilidade das informações que chegam
à população por meio de redes sociais é
inversamente proporcional ao ganho de
prestígio dos sites noticiosos de jornais,
revistas e TVs.


A sobrevivência da informação confiável é
apenas um dos fatores que podem vir a levar a
aposta de Bolsonaro na máquina de notícias
falsas ao mesmo pântano de Trump, cujo sinal
mais eloquente é a proposta de adiamento da
disputa. Esta não é, no entanto, a única nem a
mais determinante condição. Tem de existir


uma ou várias alternativas reais de poder
capazes de reencantar o eleitor para além do
populismo de direita.

O impacto da eleição de novembro nos
Estados Unidos extrapola, em muito suas
fronteiras. O figurino de moderação adotado
por Bolsonaro, nas últimas semanas, não se
limita ao cerco jurídico. Também reflete a
perspectiva de se fechar o grande guarda-
chuva mundial da política quântica.

Maria Cristina Fernandes, jornalista do Valor ,
escreve neste espaço quinzenalmente
E- mail: [email protected]

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
Econômico - Colunistas, Banco Central - Perfil
1 - Paulo Guedes
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