Clipping Banco Central (2020-08-07)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Eu & Fim de Semana
sexta-feira, 7 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

financeiro do Brasil pela proteção da floresta.
“As preocupações do Congresso [americano]
com o ataque à democracia, direitos humanos
e meio ambiente no Brasil têm explodido nos
últimos anos,” diz Leila.
Dependendo do grau da reação internacional
ao Brasil numa eventual era pós-Trump já em
2021, a saída do chanceler Ernesto Araújo
pode até ser acelerada. Por outro lado, o
mercado brasileiro segue um destino
relativamente atraente, e os investidores estão
mais preocupados agora em saber se a
maneira como Bolsonaro reagiu à pandemia
pode afetar seu futuro político ou as reformas
econômicas, dizem os analistas.
Questionado sobre como pretende trabalhar
com um possível governo Biden, o Itamaraty
respondeu que não comentará assuntos
relativos às eleições dos EUA.
Biden, de 77 anos, integrou o Comitê de
Relações Exteriores do Senado Americano de
1997 a 2009 e o presidiu quando os
democratas controlaram a Câmara Alta
americana. Ele foi escolhido por Barack Obama
para vice-presidente em parte por causa dessa
experiência. Inclusive, em 2015, ele e seu
principal assessor para assuntos
internacionais, Antony Blinken, receberam a
então presidente do Brasil Dilma Rousseff (PT)
em Washington.


Autor de uma biografia de Biden e estudioso de
vice-presidentes americanos, Jules Witcover
diz que o candidato democrata é conhecido
pela disposição em negociar com a oposição e
por ter construído boas relações com líderes de
outros países quando integrou o Comitê de
Relações do Senado e era vice de Obama.


O então vice-presidente era visto como alguém
mais pragmático do que ideológico, buscando
um estilo mais populista do que Obama. Um
exemplo foi sua tentativa de construir uma
relação mais pessoal com o presidente da


China, Xi Jinping, chegando a se reunir oito
vezes com ele entre 2011 e 2012.

Sua campanha tem sido extremamente aversa
ao risco, centrando em temas domésticos e
evitando comentar temas internacionais, exceto
a luta contra a emergência climática. O
secretário de imprensa de Biden, T.J. Ducklo,
não retornou os pedidos de entrevista.

Thomas Shannon Jr., embaixador dos EUA no
Brasil de 2013 a 2016 e secretário de Estado
interino em 2017, diz que Biden conhece o
Brasil bem e cumpriu um papel de destaque na
diplomacia americana na América Latina
durante o governo Obama. Aposentado do
Departamento de Estado em 2018 e hoje
trabalhando na firma de advocacia Arnold &
Porter, Shannon diz que Biden “será um dos
poucos presidentes dos EUA a assumir o poder
depois de viajar ao Brasil, conhecer políticos
brasileiros e ter algum conhecimento sobre o
país”.

Embora aponte que seu país tradicionalmente
adota uma abordagem para o Brasil mais
voltada aos interesses mútuos e à estabilidade,
Shannon diz acreditar que Bolsonaro
enfrentará dificuldades devido à relação
próxima que construiu com Trump e ao modo
como o presidente brasileiro apoia
publicamente a reeleição do colega americano,
bem como suas tentativas de se conectar a
uma agenda populista e nacionalista. “Essa
não será a agenda do Partido Democrata ou do
presidente Biden”, afirma.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-
SP), filho do presidente brasileiro, tuitou no dia
27 de julho um vídeo apoiando a reeleição de
Trump. O deputado Engel respondeu na
mesma plataforma, mandando o político
brasileiro não se meter na eleição americana.
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