Clipping Banco Central (2020-08-11)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Finanças
terça-feira, 11 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

Juro real de longo prazo chama


atenção de gestores


Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Victor Rezende e Lucas Hirata De São
Paulo

Em um mundo com taxas de juros cada vez
mais baixas, o Brasil ainda apresenta juros reais
— descontada a inflação — bastante elevados
para prazos mais longos. Esse prêmio chama a
atenção dos investidores, mas a relação entre
risco e retorno ainda divide opiniões entre
gestores de ativos. Um grupo de profissionais
prefere ser mais cauteloso, dado o tamanho do
risco fiscal no horizonte, enquanto outros
agentes assumem uma postura mais agressiva
e se posicionam na expectativa de um cenário
de juros baixos por mais tempo.

“Em prazos mais longos, as taxas das NTN-Bs
estão em quase 4%, o que, comparativamente,
é bastante alto, dado que o juro real americano
de dez anos está em -1,05%”, afirma Daniel
Delabio, sócio e gestor da Exploritas. Para ele,
os juros reais brasileiros estão “bastante
atrativos” nos níveis atuais, até mesmo na
comparação com outras classes de ativos.

As taxas de juros reais são aquelas que
descontam a inflação projetada para um
determinado período. No caso brasileiro, esses
rendimentos podem ser medidos pelos títulos
atrelados ao IPCA, as chamadas NTN-Bs. E de
um mês para cá, esses ativos até
acompanharam um movimento global de queda
de juros reais, o que foi respaldado pelo cenário
local de inflação baixa e retomada lenta da
atividade. Além disso, o Banco Central usou
uma espécie de “forward guidance” para apontar
um cenário de juros baixos por um período
prolongado, o que teve impacto nas taxas de
juro real de curto prazo.

Entre os vencimentos mais curtos, os juros reais
estão em níveis negativos ou bastante próximos
de zero. A NTN-B para 2023, por exemplo, tem
yield de 0,42%. Por outro lado, as taxas mais
longas tiveram uma redução mais contida. A
NTN-B para 2045 paga 3,85%. “É um nível
bastante elevado de prêmio que pode ser
retirado”, diz Delabio, da Exploritas.

Diretor de investimentos da Persevera,
Guilherme Abbud compartilha dessa visão e
mantém uma estratégia que conta com
aplicações na curva de juros reais,
especialmente nos vértices de mais longo prazo.
Abbud apoia seu posicionamento em um
cenário de inflação baixa, recuperação lenta da
atividade e juros ainda mais baixos no futuro.
Free download pdf