Clipping Banco Central (2020-08-11)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


O Estado de S. Paulo/Nacional - Notas e Informações
terça-feira, 11 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

A difícil reconstrução do Líbano


Clique aqui para abrir a imagem

A explosão de quase três mil toneladas de
nitrato de amônio em um armazém do porto de
Beirute, na terça-feira passada, continua
provocando fortes ondas de choque, mas agora
os de natureza política. Passadas as primeiras
48 horas do desastre, tempo em que os
libaneses se ocuparam de prantear seus
mortos, cuidar dos feridos e limpar os
escombros da capital do país, registraram-se
ferozes protestos contra o governo, tido pela
população como o principal responsável pela
maior catástrofe já ocorrida no Líbano em
tempos de paz. A explosão matou 160 pessoas,
feriu 6 mil e deixou cerca de 300 mil
desabrigadas, além dos desaparecidos.

A revolta da população, cansada de tanto
descaso e corrupção e de uma crise política que
parece não ter fim, provocou a queda do
primeiro-ministro Hassan Diab, que tentou se
manter no cargo o quanto pôde alegando que
seu gabinete deveria "assumir a
responsabilidade" de não deixar o Líbano "sem
comando" em um momento tão dramático. Mas
sua situação era insustentável. Antes do
primeiro-ministro, quatro membros do gabinete
já haviam renunciado a seus cargos, incluindo
os ministros das Finanças, Ghazi Wazni, e da
Justiça, Marie Claude Najm.

No discurso de renúncia, Hassan Diab afirmou
que a explosão é consequência direta da
"corrupção crônica" que assola seu país. "O
sistema de corrupção está profundamente
enraizado em todas as funções do Estado. E
uma de suas muitas ramificações explodiu o
porto de Beirute", acusou o ex-primeiro-ministro.
Ele não citou os nomes dos que seriam, em sua
visão, os responsáveis pela tragédia, mas disse
que "eles deveriam estar envergonhados por
esconderem uma calamidade por quase sete
anos (o armazenamento imprudente das 2,75
mil toneladas de nitrato de amônio) e por
provocarem um desastre muito grande para ser
descrito".

Em um artigo publicado pelo Estado, Thomas
Friedman, colunista do The New York Times,
Free download pdf