TEMA DE CAPA #24
“Penso que os adeptos
sentem um carinho
especial por mim, porque
eu sinto o clube, sou
como um deles, mostro
aquilo que sinto.”
TEMA DE CAPA #25
Recentemente participou numa ação de solidariedade
levada a cabo pela Legião da Boa Vontade de distribuição
de alimentos a famílias carenciadas. Costuma participar
nestas causas?
Sim, às vezes, quando tenho oportunidade, porque gostava que
me ajudassem se estivesse no lugar deles. Eu também já passei por
dificuldades e também sei o quanto custa estar nesse lugar. Por isso,
quando tenho uma oportunidade ou me convidam, vou de braços
abertos, vou para ajudar e é isso que importa.
É importante que os futebolistas tenham alguma atividade
de solidariedade social?
Sim, nós temos que aproveitar a nossa imagem e o nosso mediatismo
para ajudar estas causas. Porque, ao ajudarmos, também vamos
cativar as outras pessoas para ajudar e contribuir para essas causas.
Não chegou a acabar o 12º ano. É difícil conciliar estudos
e futebol?
Agora não é difícil e eu quero acabar. Foi difícil na altura,
porque quando estava em Braga estudava e quando fui
para Lisboa comecei a estudar à noite, mas depois fui para
a Madeira e não consegui acabar o 12.º, porque chegava a
treinar três vezes por dia.
A universidade não deve ser um objetivo também para
um jogador de futebol, para preparar melhor o seu futuro?
Sim, sem dúvida. Sou sincero, não tenho paciência, mas é
muito importante.
Se não fosse guarda-redes ia ser o quê?
Não sei, nunca pensei nisso.
“Braços abertos”
para a solidariedade
“TÊM INVEJA DA
MINHA IMAGEM”
Penteado imaculado, barbas à António Variações, figura da cultura
pop dos anos 80, adepto de uma linha de roupa mais extravagante
e de tatuagens a colorir o corpo, José Sá reconhece que a imagem
excêntrica fá-lo destacar-se dos demais e que é motivo de muitas
brincadeiras no balneário. Fora dele define-se como alguém
“simpático, acessível e divertido”, que gosta de videojogos, namorar,
passear, estar com os amigos, com a “Kim Sárdachian”, a cadela, o
“Draak Sá”, o cão, e a Maria, a gata. E sempre que pode gosta de ajudar
os outros, participando em ações de beneficência.
Tem moção de que a imagem que cultiva o ajuda a destacar-
se....
Sim, tenho.
Criou-a intencionalmente? Inspirou-se em alguém, em algum
guarda-redes?
Não, foi natural, foi um estilo que foi surgindo.
Imagino que seja dos jogadores que demora mais a arranjar-
se no balneário...
Não, olhe que não. Sou rápido, sou prático, não tenho muita
paciência para isso. Há dois ou três jogadores que demoram mais.
O João Carlos Teixeira e o André Silva são os que se destacam
dentro do balneário... São quase duas horas para se arranjarem.
Quantas tatuagens tem?
Mais de dez, de certeza.
Todas elas têm um significado...
Sim, mas uma ou outra porque gosto apenas, sem grande
significado emocional.
Tem tatuada uma Nossa Senhora com luvas de guarda-
redes...
Porque sou religioso e acredito que Ela nos protege. As luvas
têm a ver com a minha profissão e a minha posição em campo.
Brincam muito consigo por causa da sua imagem?
Bastante.
O Casillas, por exemplo...
Todos. Mas isso é porque têm inveja. [risos]
Como é o José Sá fora do campo?
Simpático, divertido, acessível, tranquilo...
Quando não está a trabalhar como costuma ocupar o tempo?
A jogar Playstation, a passear, estando com os amigos, a
namorar...
Com quem costuma jogar?
Com o Alex [Telles], o Felipe, o Soares, o Otávio.
Quem é o melhor?
Sou eu, claro. Mas o Telles também é bom.
REVISTA DRAGÕES junho 2017
AS PREFERÊNCIAS DE JOSÉ SÁ