REVISTA DRAGÕES junho 2017
AMOR
Britânico
Podia ter sido logo à primeira, também não esteve longe na segunda, mas à terceira
foi mesmo de vez: o FC Porto B conquistou a Premier League International Cup e
fechou com chave de ouro um percurso tão notável quanto imaculado. Na final,
uma goleada de mão cheia ao Sunderland: 5-0 em pleno Estádio da Luz inglês,
frente a um adversário que veste de vermelho. Coincidências e ironias da história.
TEXTO: JOÃO QUEIROZ
FOTOS: ADOPTARFAMA
REVISTA DRAGÕES junho 2017
AMOR
Britânico
LADO B #39
É
mais um lado A da história
do FC Porto B e com um final
feliz. Pouco mais de um ano
depois - 374 dias, em rigor
- de ter alcançado um feito
inédito no futebol português ao tornar-se
a primeira equipa B a vencer a Segunda
Liga, os jovens portistas juntaram-lhe agora
este título internacional que há dois anos
lhes escapou por um triz, na final frente ao
Manchester City. No ano passado também
estiveram lá perto e apenas caíram na meia-
final aos pés do Villarreal, que acabaria
por se sagrar o vencedor dessa edição.
Não foi à primeira nem à segunda, foi à
terceira. A 17 de maio o Stadium of Light
foi encandeado pelo brilho e pelo brio de
uma equipa que precisou de 55 minutos
para marcar cinco golos e que ao quinto
minuto já festejava o primeiro. Foi Galeno
o autor. Endiabrado, o jovem avançado
brasileiro repetiu a dose ainda na primeira
parte, que não terminaria sem nova festa,
porque André Pereira estava no sítio certo
e à hora certa para apontar o terceiro.
Kayembe e depois Chidozie deram ainda
mais expressão ao marcador e à qualidade
de uma exibição que, no fim, mereceu os
aplausos dos mais de 18 mil espetadores
presentes nas bancadas de um estádio
cujo nome não honra o homónimo
português, mas a indústria mineira que,
em tempos, enriqueceu a cidade.
Aqueles 90 minutos foram o desfecho
natural, o espelho de uma performance
notável ao longo da prova. Entre as
24 equipas participantes - esta edição
acrescentou quatro às anteriores - os “bês”
foram os únicos invictos (cinco vitórias e um
empate), formaram a defesa menos batida
(um golo) e só não foram donos do ataque
mais concretizador, porque o Norwich,
que atingiu as meias-finais, marcou 15
golos, mais um do que os portistas.
Os números são como o algodão, não
enganam, e indicam ainda que esta foi a
melhor campanha dos azuis e brancos
na competição que tem a chancela de
qualidade da Premier League, é destinada
a jogadores Sub-23 e que tem como regra
ser jogada integralmente no Reino Unido.
Foi nesta edição que, pela primeira vez,
concluíram a fase de grupos no primeiro
lugar, que conquistaram o maior número
de vitórias e de pontos e que marcaram
mais e sofreram menos golos.
A conquista sai ainda mais valorizada se
tivermos em conta o desgaste acumulado
por uma equipa que, ao mesmo tempo que
disputava uma longa e exigente Segunda
Liga, fez seis viagens ao Reino Unido para,
em cinco delas, defrontar adversários
britânicos, que não foram obrigados a sair
de casa para jogar. Well done, Dragons!