REVISTA DRAGÕES agosto 2018 REVISTA DRAGÕES agosto 2018
TEMA DE CAPA #14 TEMA DE CAPA #
Esteve no Mundial 2018
com a seleção do Uruguai,
renovou contrato com o FC
Porto e juntou-se ao grupo
durante o estágio no Algarve.
A alegria de treinador e
jogadores no momento da
sua chegada aqueceu o
coração de Maxi, que tem
um objetivo claramente
definido: retribuir a confiança.
Tudo o que viveu nestes
três anos de FC Porto,
sobretudo nesta última
época, influenciou a
decisão de renovar e
continuar no clube?
Claro, pesou muito. Tudo o
que se viveu com a conquista
do título deixou-me cheio,
cheio de alegria e gratidão.
Também foi importante
a continuidade do mister.
O Sérgio Conceição foi
importante para mim e
fez-me saber que gostava de
continuar a contar comigo.
Disse-me isso cara a cara e
senti que estava a ser sincero,
isso foi importante para mim.
Depois, como disse, a parte
económica não era decisiva,
o que queria era continuar
no FC Porto e continuar a
demonstrar que posso fazer
parte deste clube, que posso
lutar por um lugar, que quero
ser importante e que quero
ajudar a conquistar o que
conquistámos no ano passado:
o campeonato. Sei que tenho
de estar melhor do que no
ano passado, que tenho de
me preparar mais e provar
que mereço a confiança
que as pessoas depositaram
em mim. É um desafio.
Quando chegou ao estágio
no Algarve, foi ao quarto
de Sérgio Conceição e
trocaram um abraço forte.
O que sentiu nessa altura?
Quando cheguei, no meio
de tantas emoções, nem me
dei conta de muitas coisas.
Mas depois estive a rever
as imagens e não foi nada
fingido, foi um gesto do
momento. Aquele abraço
dispensava palavras, era uma
forma de dizer obrigado, de
agradecer pela confiança. Às
vezes um abraço, um olhar
ou um cumprimento com
as mãos valem mais que mil
palavras. Foi o que senti com
o treinador e depois com os
meus companheiros. Senti
que estávamos juntos de
novo para mais um ano de
luta. O que conseguimos no
ano passado foi à base da
humildade e do espírito de
grupo. Regressar e sentir que
estava de novo a vestir esta
camisola foi emocionante.
Viu-se que os seus
companheiros também
ficaram satisfeitos
com a sua chegada.
Sentir que os teus
companheiros estão felizes
com a tua presença é muito
importante. Essa é a base para
o que aí vem, para um ano
muito duro, repleto de novos
desafios: sentir que tens um
companheiro que vai deixar a
vida em campo pelos outros.
“Um abraço vale mais
que mil palavras”
“Queremos
fazer um ano
ainda melhor”
No primeiro jogo oficial da
temporada 2018/19, Maxi Pereira
fez um golo e terminou como
MVP, ajudando o FC Porto a
conquistar a Supertaça, frente ao
Desportivo das Aves. Assumindo
a responsabilidade como um
dos mais velhos do plantel, o
internacional uruguaio eleva
a fasquia coletiva e aponta
a objetivos ambiciosos.
Começou a época da melhor
forma: um golo, o título
de Homem do Jogo e a
conquista da Supertaça. Foi
importante, até para provar
que ainda é extremamente
útil para o FC Porto?
Foi importante para mim, também
porque tinha saído um jogador
como o Ricardo, que tinha
feito uma época espetacular.
Admirava-o muito. No geral,
era importante a equipa
demonstrar que estava de
volta com o mesmo espírito
e a mesma vontade da época
passada. Queríamos conquistar
a Supertaça e, felizmente, tocou-
me jogar e marcar um dos
golos. Penso que na segunda
parte a equipa demonstrou
que estava com confiança e
que queria ganhar a Supertaça.
Demonstrámos que nas taças
o mais importante não é
jogar bonito, mas sim ganhar.
Pessoalmente, foi bom fazer o
jogo e marcar o golo, mas o mais
importante foi provar que não
estou aqui mais um ano para
festejar o que conseguimos na
época passada. Isso já passou.
Agora temos novos objetivos.
Com as saídas de Ricardo
Pereira e Diogo Dalot,
sente que recai sobre si
mais responsabilidade?
Sim, sinto que este ano vai ser
mais duro, que vou ter de me
preparar o dobro, que tenho
de trabalhar o dobro. Não só
por jogar ou não, mas sim
para retribuir a confiança que
depositaram em mim com a
renovação. Fomos campeões
e agora temos de demonstrar
que somos a mesma equipa
do ano passado. Não podemos
baixar de nível, temos de
manter ou subir. Sabemos que
cada jogo vai ser duplamente
difícil, porque as equipas vão
querer demonstrar o seu valor
contra o campeão nacional.
Vamos ter de nos preparar
melhor do que no ano passado,
física e mentalmente.
No momento da entrega
da Supertaça no Museu,
o presidente do FC Porto
lembrou que a equipa já está
habituada a reagir a “certos
acontecimentos”, como se
viu na Supertaça. As lesões, o
sangue do Herrera, a expulsão
do treinador... É mesmo assim?
No ano anterior isso foi
fundamental. Com as derrotas,
os resultados menos positivos,
a equipa fez-se forte e habituou-
se a procurar forças quando
as coisas não correm bem
para reverter a situação. Foi
também o que aconteceu
na Supertaça. Começámos a
perder, conseguimos empatar,
depois veio a expulsão do
treinador, outras jogadas
um pouco complicadas...
mas a equipa demonstrou