A Bola - 20200801

(PepeLegal) #1

18 A BOLA


Sábado
1 de agosto de 2020
RIO AVE jENTREVISTA

Futebol


Taremi não deixou ninguém indife-
rente em Portugal. Os seus 21 golos em
37 jogos oficiais, com 18 remates certei-
ros na Liga, chamaram a atenção do Spor-
ting, que em janeiro percebeu que o seu
interesse era um delírio face aos núme-
ros pedidos pelo Rio Ave. O Benfica sina-
lizou depois as suas intenções e com for-
ça, ao que se sabe, e o FC Porto mais
recentemente também o fez. As negocia-
ções passam sempre pelo Rio Ave, pois
Taremi tem mais um ano de contrato.
«Qualquer um pode levar Taremi, ele

«O SC Braga pode ser um grande passo para ele»


tem interesse em ficar por Portugal mas
também há outros clubes em outras Li-
gas. Claro que esta ida do Carlos Carvalhal
para o SC Braga também pode ser uma
solução para o Taremi. Seria mesmo um
grande passo para ele, sabendo-se do his-
tórico do clube nas decisões, na Europa e
servindo para abrir outras portas», expli-
ca o agente Alireza Nikoomanesh. O SC
Braga com Carvalhal passa a ser um pro-
vável destino do internacional iraniano, que
tem confessado junto a quem lhe é mais
Alireza Nikoomanesh com o avançado próximo a vontade de ficar em Portugal.

D. R.

O internacional irania-
no foi uma das figuras

da Liga, autor de 18 golos, e


um dos grandes responsáveis


por mais uma qualificação eu-


ropeia do Rio Ave. Muito pre-


tendido pelos três grandes


pelo seu instinto finalizador,


gera agora a cobiça do SC Bra-


ga porque a relação com Car-


los Carvalhal foi simplesmen-


te perfeita em Vila do Conde.


«Terei sempre o maior gosto de


seguir quem me mostrou o caminho»


C


OMO foi essa receção no
Irão depois de uma época
de estreia na Europa tão
forte? A ligação com Por-
tugal cresceu...
— Foi uma receção fantástica.
Durante a época foram várias as ve-
zes, semana a semana, que fui me-
recendo mais atenção e interesse
com os iranianos colados no futebol
português e no Rio Ave. O Rio Ave ga-
nhou muitos adeptos, é verdade!


— Podemos ter uma noção de
como o Irão o acompanhava, olhan-
do aos que lhe são próximos como fa-
miliares e amigos?
— Sempre recebi muita força e
amor. Mas, importa-me mais dizer,
que Portugal e os portugueses de-
ram-me sempre um grande e in-
condicional apoio e carinho. Senti-
-me em casa como se estivesse no
Irão. Foram a minha família duran-
te este período. Estivesse em Vila do
Conde, na Póvoa de Varzim, no Por-
to ou Lisboa! Por onde passasse ha-
via apoio e respeito.


— O desafio de experimentar a
Europa a partir de Portugal foi um
verdadeiro sucesso a nível de golos
e obtenção dos objetivos da equipa
com a qualificação europeia?
— Como avançado essa era a mi-
nha responsabilidade, tinha de com-
pletar o trabalho de um grupo, de co-
legas, treinadores e adeptos. Dei o
meu melhor para marcar os golos


Entrevista de
PEDRO CADIMA

que pudesse e fiquei, sobretudo, fe-
liz pela qualificação para a Liga Eu-
ropa. Foi uma luta recompensado-
ra. Nunca estive focado em ser o
melhor marcador mas a reta final
do campeonato correu bem.

— A quase coroação do rei dos
marcadores em Portugal que perce-
ção deixou sobre o seu potencial? É
um registo que aumenta a confian-
ça para voos maiores?

Na época de estreia na Europa, em Vila do Conde, Taremi deixou elogios à equipa e um especial ao técnico: «Mesmo na altura em que estive lesionado, ele puxou por mim emocionalmente»

— Primeiro tenho de congratular
o rei dos marcadores, o Carlos Viní-
cius. Foi um grande prestígio dis-
cutir esta coroação no primeiro ano
na Europa, a partir do Rio Ave e na
Liga portuguesa. Este foi um tre-
mendo desafio para mim, foi muito
bom a todos os níveis, e equiparou-
-se a defender o Irão num Campeo-
nato do Mundo ou em qualquer ou-
tro jogo internacional. Tento dar o
meu melhor sempre para alcançar

melhores coisas no futuro.

— Qual foi a importância de Car-
los Carvalhal na sua fácil adaptação
e enorme afirmação em Portugal?
— Para Carlos Carvalhal tenho de
ter um agradecimento muito espe-
cial. Ele e a sua equipa técnica foram
extraordinários nas suas competên-
cias e desde a primeira hora foi mui-
to bem acolhido. Ele é um psicólo-
go e um enorme treinador, que sabe

HELENA VALENTE/ASF

j


TAREMI


exatamente quando e como apoiar
um jogador. Mesmo na altura em
que estive lesionado, ele soube co-
locar para cima a minha mentali-
dade, puxando por mim emocio-
nalmente.

— E a esse respeito, acompanhar
Carlos Carvalhal noutro desafio,
como o SC Braga, também pode ser
interessante?
— Claro, porque não! Vamos es-
perar para ver o que vai acontecer nos
próximos tempos. A vontade do Rio
Ave também tem de ser respeitada.
A quem foi responsável por nos ter
apresentado um caminho, ter dado
sempre apoio, terei sempre o maior
gosto de o seguir. Mas para assinar
qualquer contrato é preciso anali-
sar condições.

— Ver o nome associado aos três
grandes do futebol português foi ou-
tra grande motivação?
— Foi certamente um orgulho ver
o nome associado a clubes de tama-
nha dimensão como o Benfica, o FC
Porto e o Sporting. Mais honroso ser
o primeiro iraniano e um dos primei-
ros asiáticos a lutar por esse destino.
Respeito imenso o futebol português
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