A Bola - 20200801

(PepeLegal) #1

A BOLA


Sábado
1 de agosto de 2020


TAÇA DE PORTUGAL 07


Futebol


Sérgio Conceição pede ambição no máximo para os seus jogadores alcançarem a almejada dobradinha em 2019/2020 HELENA VALENTE/ASF

SÉRGIO CONCEIÇÃO


D


EPOIS da conquista do
título, como decorreu a
preparação para um jogo
que pode dar uma mais
uma Taça de Portugal?
— A preparação do jogo foi exa-
tamente igual a todas as outras se-
manas que antecederam jogos im-
portantes. Não mudou nada. Foi
uma semana normal de trabalho.
Como o Danilo disse, e bem, foi
uma semana de trabalho com mui-
ta ambição, determinação, con-
fiança e alegria. Depois do jogo de
Braga, tivemos que o dissecar e ver
o que correu bem e menos bem,
mas estamos prontos para um jogo
importante. Está em causa e em
jogo um título.


— O facto de o FC Porto ter ven-
cido os dois clássicos ao Benfica
no Campeonato tem algum peso?
— Com a experiência que tenho
neste mundo do futebol, acho que
os dois jogos contra o Benfica ou o
Campeonato que ganhámos, por
muito contentes que estejamos, já
fazem parte do passado. O impor-
tante é o jogo de amanhã [hoje].
Nada do passado interfere na pre-
paração para este encontro.


— A inexperiência do Bruno Ve-
ríssimo como técnico principal fa-
vorece o FC Porto?
— O Bruno Lage não tinha mui-
ta experiência quando pegou na
equipa do Benfica e fez um bom


trabalho. O Nélson Veríssimo já é
treinador há alguns anos, mas nor-
malmente só se olha quando che-
gam a equipas da Liga. Muitos trei-
nadores têm um trajeto longo na
formação e nas equipas secundá-
rias. Não vejo que haja algum tipo
de vantagem por aí. Há pequenas
diferenças da dinâmica, porque
um ou outro jogador é diferente,
mas estamos preparados.

— Espera um Benfica na expec-
tativa ou a assumir o jogo?
— Não posso controlar a estra-
tégia do adversário, só depois de
começar o jogo, mas controlamos
o nosso trabalho, a nossa estraté-
gia e o nosso plano. Trabalhamos
no máximo para estarmos num ní-
vel muito alto. É uma final apaixo-
nante porque é imprevisível. Não
há favoritos em finais e muito me-
nos nesta, disputada por dois clu-
bes históricos.

— Acha que o título do FC Por-
to não teve o devido ênfase na Im-
prensa?
— Vi uma grande alegria dos
adeptos do FC Porto e de toda a es-
trutura. Tudo aquilo que é falar
de futebol no sentido dessas situa-
ções que gravitam à volta deste
desporto tão bonito e apaixonan-
te, a nós não tem que interferir
em nada. Sejam estatísticas ou o
que se fala na imprensa. Temos
de nos focar no nosso trabalho e
no nosso objetivo, que é chegar
bem ao jogo e poder vencê-lo.
Corremos o risco de nos distrair-

mos e um milésimo de segundo
pode fazer a diferença entre a bola
entrar ou não.

— Como reage aos elogios de
Luís Gonçalves, diretor-geral da
SAD?
— Nas férias ainda suporto elo-
gios, mas em competição não... O
engenheiro não dá muitas entre-
vistas, mas de vez em quando tem

que falar. Foi uma peça muito im-
portante neste título, como mui-
tos outros, até ao nosso grande
presidente. Olho para esses elo-
gios com responsabilidade e com
vontade de continuar a agradar às
pessoas. Isso só se consegue traba-
lhando muito e obtendo resultados.
Mas, como sabem, não lido bem
com elogios. Não gosto!

— O jogo será em Coimbra, per-
to da sua terra natal, Oliveira de
Frades...
— É um gosto ganhar, nem que
seja na China. Sou de Ribeira de
Frades, uma aldeia perto de Coim-
bra, e sempre que lá vou tenho re-
cordações bonitas da minha in-
fância, mas não mais do que isso.
Ganhar aqui, no Cazaquistão ou
na China é igual. O importante é
ganhar e conquistar a Taça!

«É um gosto


ganhar aqui,


na China ou no


Cazaquistão»


Indiferente à final ser perto da sua terra-natal


d«Prontos para um jogo importante», revela


[Elogios de Luís


Gonçalves?] Nas férias


ainda suporto, mas em


competição não...


É uma final apaixonante


porque é imprevisível.


Não há favoritos e muito


menos nesta final


[Veríssimo?] Lage não


tinha muita experiência


quando pegou na equipa


e fez um bom trabalho


Por
PAULO PINTO
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