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TAÇA DE PORTUGAL
FINAL
1 de agosto de 2020 BENFICA FC PORTO
ciparem ativamente no perigo
criado pelas respetivas equipas.
Isso traduz-se nas assistências
(14 contra 11) e nas mesmas 16
grande oportunidades criadas.
Os registos também são seme-
lhantes na eficácia das decisões
que tomam, seja o passe, o cruza-
mento ou o drible, com números
superiores de Corona, de 27 anos,
nestes três aspetos (entre 2 e 5 por
cento a mais no acerto).
E a melhor forma de compro-
var a importância de Pizzi e Co-
rona é recordando as palavras de
um sobre o outro. “O FC Porto é
uma boa equipa coletivamente,
todos são bons jogadores, lutam
todos com grande ambição para
vencer. Se tivesse de escolher um
pelas características que gosto de
ver destacaria Corona, pois tec-
nicamente, com bola, é muito
inteligente e capaz de desequili-
brar um jogo”, salientou Pizzi, de
30 anos, em declarações à RTP no
lançamento desta final.
Corona não marcou nem assis-
tiu nos dois jogos com o Benfica no
campeonato, tal como Pizzi nos
confrontos com FC Porto na Liga.
Fizeram a diferença noutros jo-
gos... será que fazem hoje? *
çAs estatísticas de Pizzi e Co-
rona ajudam a perceber o rendi-
mento que têm, mas Record
também quis perceber como
ambos são encarados pelos ad-
versários. Por isso, falámos com
Sandro Mendes, treinador que
ao serviço do V. Setúbal defron-
tou Benfica e FC Porto no cam-
peonato 2019/20, para descobrir
como preparou a equipa para
impedir que os dois jogadores
fossem influentes. Os sadinos
perderam os dois jogos em ques-
tão: 1-0 com as águias na 7ª jor-
nada e 4-0 frente aos portistas
logo na 2ª ronda.
“Pizzi e Corona são muito in-
fluentes no futebol de Benfica e
FC Porto, respetivamente, mas
jogadores completamente dife-
rentes. O Corona é mais tecnicis-
ta, imprevisível e irreverente,
gosta de ir para cima do adversá-
rio e procurar o um para um. E,
desta forma, não há uma fórmu-
la para conseguir pará-lo porque
depende da inspiração dele e do
espaço que lhe possamos conce-
der. O Pizzi tem muita qualidade
no passe, cuja qualidade neste
aspeto pode decidir um jogo a
qualquer momento, um jogador
que consegue romper linhas. No
meu caso, nem no jogo contra o
Benfica, nem com o FC Porto, o
V. Setúbal fez marcação indivi-
dual ao Pizzi e Corona, assim
como a qualquer outro jogador”,
analisa.
Sandro Mendes, de 43 anos,
realça ainda a polivalência como
características que colocam os
extremos num patamar de exce-
lência no campeonato portu-
guês. “Às qualidades que têm so-
mam o facto de tanto jogarem
em zonas interiores como mais
por fora. O Corona é extremo,
mas também joga como lateral-
-direito. O Pizzi pode jogar por
dentro e ir para fora ou vice-ver-
sa. Tanto um como outro têm ca-
pacidade para desequilibrar em
qualquer parte do campo”,
acrescenta o treinador, atual-
mente sem clube. *
SANDRO MENDES TENTOU TRAVAR AMBOS COMO TREINADOR DO V. SETÚBAL
RUI MINDERICO
çO flanco direito é o ponto de
partida para o futebol de Pizzi e
Corona. Ambos extremos, em-
bora o mexicano também seja
utilizado como lateral. Da ala
viajam pelo campo e assumem o
papel de protagonistas de Benfi-
ca e FC Porto. Os dados estatísti-
cos da Opta Sports na Liga que
agora terminou comprovam a
influência, nomeadamente atra-
vés de golos e assistências.
Pizzi marcou muito mais do
que Corona (18 contra 4), sendo
que cinco do português foram de
penálti – o portista ficou em
branco neste capítulo. Distantes
no contributo direto que dão
com golos, os dois jogadores
aproximam-se na hora de parti-
DECISIVOS. Corona
e Pizzi resolvem em
ações com bola
“TECNICAMENTE, COM BOLA,
É MUITO INTELIGENTE E CAPAZ
DE DESEQUILIBRAR UM JOGO”,
DISSE PIZZI SOBRE CORONA
Pizzi e Corona fazem
a diferença marcando
golos, assistindo ou
criando oportunidades
RICARDO JR
“Corona é imprevisível e Pizzi
tem muita qualidade no passe”
O O PERIGOPERIGO
NASCE NOS NASCE NOS
PÉS DELES PÉS DELES
FIGURAS DA FINAL
DAVID NOVO