A Bola - 20200802

14 A BOLA

Domingo

2 de agosto de 2020

O árbitro de A BOLA

Num jogo tenso,

Artur Soares Dias

não esteve bem

disciplinarmente

facto, ilusório em campo (pé no

pé), mas o avançado do FC Por-

to esticou o pé direito e tocou na

bola muito antes de atingir Chi-

quinho. O contacto aconteceu

apenas devido à movimentação

de ambos, não fruto de uma ação

negligente. Ora isso provocou in-

satisfação quanto à justiça do se-

gundo amarelo que, assim, teria

que ser o primeiro.

O certo é que, também esse,

resultou de um equívoco de ava-

liação. A entrada de Luis Díaz de-

via ter valido o cartão vermelho

direto: o atacante azul e branco

entrou com a sola da bota e atin-

giu a perna de André Almeida

com perigo (atingiu-o em zona

alta, acima daquela onde a bola

estaria em disputa).

Até ao intervalo, muita tensão

e pouca concentração de lado a

lado. Gabriel (entrada sobre Mana-

fá) e Otávio (protestos e gestos ex-

cessivos junto do árbitro assisten-

te) escaparam ao merecido

amarelo.

Antes, Rúben Dias tinha sido

advertido com justiça (o central

fez depois jogo perigoso ativo so-

bre Marega, mas não o atingiu na

cabeça/cara). Falta, sim, mas sem

cartão. Pelo meio, o treinador do

FC Porto excedeu-se e, depois de

duas advertências, recebeu a de-

vida ordem de expulsão.

A segunda parte, de menor in-

tensidade emocional, teve três mo-

mentos importantes: os golos do FC

Porto e o pontapé de penálti assi-

nalado a favor do Benfica.

Na segunda vez que marcou - a

primeira foi de legalidade inata-

cável - Mbemba estava em posição

regular, ainda que ligeira (3 cen-

tímetros). Excelente decisão do

árbitro assistente, bem validada

pelo VAR.

Quanto ao castigo máximo, foi

bem analisado. Mais do que o con-

tacto ligeiro de Diogo Leite sobre

Rafa (ao nível do pé/perna), o cen-

tral azul e branco esticou o braço

esquerdo e desviou a trajetória da

bola. Antes, Carlos Vinícius tinha

visto o amarelo após ação inteli-

ge n te de Pepe, que de algum modo

iludiu o internacional portuense.

Soares Dias falhou em alguns

lances (na disciplina) e não fez o

melhor jogo da sua carreira, mas

tecnicamente acertou sempre e

não desvirtuou o resultado final

de uma partida especial e difícil. Foi

bem auxiliado.

Intermitente

A

RTUR SOARES DIAS di-
rigiu, merecidamente e
pela segunda vez na car-
reira, uma final da Taça
de Portugal. O interna-
cional português foi auxiliado por
Rui Licínio e Paulo Soares, dois
dos mais categorizados árbitros
assistentes da atualidade. O jogo
disputou-se num relvado em más
condições para um evento desta
grandeza. Isso prejudicou a sua
qualidade técnica.
Soares Dias é um excelente ár-
bitro. Ontem, num encontro ten-
so, não esteve bem disciplinar-
mente, mas acertou quase sempre
em termos técnicos. O momento
que criou maior intolerância em
campo e no exterior aconteceu
aquando da expulsão, por acumu-
lação, de Luis Díaz. Sobre isto im-
porta referir o seguinte:

• O primeiro amarelo mostra-
  do ao colombiano foi, em nossa
  opinião, indevido. O lance foi, de

8’

Cartão amarelo

mal exibido

a Luis Díaz.

O extremo tocou

na bola bem

antes do contacto

posterior, fruto

da movimentação

de ambos

os jogadores.

59’

Mbemba

estava

em posição legal

quando a bola

lhe foi endossada

por Otávio.

Excelente

decisão do árbitro

assistente,

validada pelo VAR

38’

Luis Díaz esticou

a perna direita

e acertou, com a

sola da bota, em

zona alta da perna

de André Almeida.

O lance era

merecedor de

cartão vermelho

direto.

84’

Diogo Leite toca

no pé de Rafa,

mas a evidência

da infração estava

mais acima: braço

esquerdo cortou

a bola. Boa decisão

e penálti bem

assinalado por

Soares Dias.

CASOS DO JOGO RTP

RTP

RTP

RTP

Por

DUARTE GOMES

SÉRGIO MIGUEL SANTOS/ASF

Artur Soares Dias assinalou bem penálti por mão de Diogo Leite na área do FC Porto

ARTUR

SOARES DIAS^6

A nota ao árbitro

TAÇA DE PORTUGAL jBENFICA-FC PORTO

Futebol

ÉPOCA JOGO RESULT.

1952/1953 Benfica—FC Porto 5-

1957/1958 FC Porto–Benfica 1-

1958/1959 Benfica–FC Porto 1-

1963/1964 Benfica–FC Porto 6-

1979/1980 Benfica–FC Porto 1-

1980/1981 Benfica–FC Porto 3-

1982/1983 Benfica–FC Porto 1-

1984/1985 Benfica–FC Porto 3-

2003/2004 Benfica–FC Porto 2-1 (ap)

2019/2020 FC Porto-Benfica 2-

AS FINAIS DA TAÇA

ENTRE BENFICA E FC PORTO

PALMARÉS DOS FINALISTAS

CLUBE TAÇAS

Benfica 26

Sporting 17

FC Porto 17

Boavista 5

V. Setúbal 3

Belenenses 3

SC Braga 2

Académica 2

V. Guimarães 1

Leixões 1

Beira-Mar 1

E. Amadora 1

Ave s 1

CLUBE TAÇAS

Atlético 0

Marítimo 0

Rio Ave 0

Campomaiorense 0

Olhanense 0

UD Leiria 0

Covilhã 0

Chaves 0

Farense 0

Torrense 0

Estoril 0

P. Ferreira 0

Conceição na

história e vitória

inédita de PC

O FC Porto conquistou, ontem, a sua

oitava dobradinha, a quinta no presente

século. A última vez que tal sucedeu foi

há quase 10 anos, com André Villas Boas,

na época 2010/2011, quando os dragões

venceram, também, a Liga Europa.

Sérgio Conceição (que na carreira havia

perdido duas finais da Taça, a última

delas na temporada passada, frente ao

Sporting, e também derrotado em duas

finais da Taça da Liga) reforça assim o

seu papel na história do clube, ele que

foi o responsável por evitar o penta do

Benfica ao ganhar o campeonato em

2017/2018.

Por incrível que pareça (por ter ganhado

tudo), esta foi uma vitória inédita de

Pinto da Costa. Pela primeira vez, o

presidente dos dragões venceu uma final

da Taça de Portugal ao Benfica, à quarta

tentativa, depois das derrotas em 1983,

1985 e 2004.

Com o triunfo de ontem, o FC Porto

iguala o Sporting no número de Taças de

Portugal (17), ficando a nove do Benfica, o

clube com mais troféus.

jOitava dobradinha do clube;

nunca o líder dos dragões ven-

cera final da Taça ao Benfica

ÉPOCA TREINADOR

1955/1956 Dorival Yustrich

1986/1987 Tomislav Ivic

1997/1998 António Oliveira

2003/2004 José Mourinho

2005/2006 Co Adriaanse

2008/2009 Jesualdo Ferreira

2010/2011 André Villas Boas

2019/2020 Sérgio Conceição

AS DOBRADINHAS

DO FC PORTO